segunda-feira, 2 de maio de 2011

É A ROSA, É A ROSA, É A ROSA



Rosa Passos é “a” delicadeza. E a personalidade de Rosa é fortíssima. Essa moça consegue ‘recriar’ sempre, sem exceção. Esse verbo, ‘recriar’, nunca pode ser esquecido quando o assunto é Rosa Passos. E, coragem das coragens, passeia pelo repertório de qualquer intérprete sem o menor temor. Transgressão e mais transgressão. Cantores há aos borbotões. Intérpretes não! Ser intérprete não é para qualquer um. Por isso, a cada ano, surgem cantores e mais cantores, mas as “carreiras” são fugazes à beça. Intérprete é outra história. Rosa tem estilo. É dona de uma segurança incrível. Assim como Ithamara Koorax e Leny Andrade, ela também tem um prestígio imenso fora do Brasil. É idolatrada no Japão, por exemplo. É rainha entre prestigiadíssimos músicos. Aqui, é provável que o grande público não a conheça. Dizem que Rosa é elitista. Que pena! Já faz um bom tempo esta cantilena: dar espaço ao bom gosto significa não dar atenção ao povo, desprezá-lo. Quanta crueldade! Qual o problema em oferecer biscoitos finos à massa? No disco Azul, ela pescou as melhores de Bosco, Gil e Djavan. É desse “oásis” que extraí minha favorita, Quando o amor acontece, da eterna dupla Bosco / Blanc: “O amor quando acontece / A gente esquece logo / Que sofreu um dia (...)”. Há pouco tempo, no disco Rosa, ela incluiu Sentado à beira do caminho (Roberto Carlos / Erasmo Carlos), que ouvi centenas de vezes: “Eu não posso mais ficar aqui / A esperar / Que um dia você volte para mim (...)”. Tive a sensação de que se tratava de outra canção, tamanho o frescor da interpretação. Impossível não notar as nuanças da voz. Que caminhos Rosa terá percorrido para tornar definitiva essa interpretação? Que caminhos Rosa sempre percorre para tornar definitivas todas as canções que interpreta? “Vai saber”! Sempre que Rosa regrava, digo: é outra canção. É a Rosa, é a Rosa, é a Rosa.  Altaneira!

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