domingo, 18 de março de 2012

O IMPÉRIO DO NADA




DEFEITO 13: BURRICE
Tom Zé

Veja que beleza!
Refrão:
Em diversas cores
Veja que beleza
Em vários sabores
A burrice está na mesa

Veja que beleza!
Refinada, poliglota,
Anda na direita,
Anda na esquerda,
Mas a consagração
Chegou com o advento
Da televisão
Da televisão
Da televisão
Refrão:
Ensinada nas escolas
Universidades e principalmente
Nas academias de louros e letras
Ela está presente
Ela está presente
(Discurso político)
Senhoras e senhores,
Senhoras e senhores,
Se neste momento solene
 Não lhes proponho um
 Feriado comemorativo para
A sacrossanta glória da burrice
 Nacional, é porque todos os dias,
Graças a Deus, do Oiapoque ao Chuí, ela já é
Gloriosamente festejada.
Gloriosamente festejada.

Fonte (CD): Tom Zé. Com defeito de fabricação, Trama, T500/054-2, 1998.


ALTOS E BAIXOS
Lula Queiroga - Yuri Queiroga
(...)
Eu tô na crista da onda
Eu tô fazendo sucesso
Tô no topo do Cristo
Sou o motor do progresso
Topo tudo pra chegar no primeiro lugar
Que eu nem sei onde é, mas deve
Ser melhor do que aqui
(...)

Fonte (CD): Roberta Sá, Segunda pele, Universal, 60252776147, 2011.


O IMPÉRIO DO NADA
Por Fábio Brito
Li, dias atrás, em um jornal de grande circulação, que os números de uma canção (?) cujo título prefiro nem dizer (só para não ter de bater na madeira três, dez, quinhentas vezes!) estão chegando à estratosfera. Segundo estimativas do mercado, foram mais de dois milhões de “downloads” pagos dessa canção (?) mundo afora, o que a situa em primeiríssimo lugar no “ranking” de vendas digitais em todo o mundo. Em se tratando de direitos autorais, prefiro nem comentar o valor – espantoso! – que vem sendo movimentado devido a execuções dessa tal “música” (?) em festas, programas de TV, rádio e “shows”. É deprimente constatar, mas “taí” uma indústria - a da ausência total de bom gosto e qualidade – que tem seu crescimento alimentado pela ignorância coletiva. Pois é, a moda, hoje, é não fazer, e não ser, “nada”, absolutamente “nada”, e, exatamente por isso, chegar ao sucesso. Pior: não se trata de um “sucessinho”, mas de um sucesso inacreditável! Que mundo torto, meu Deus!
Ainda no quesito música, que tal um exercício para a memória? Quem, entre nossos grandes nomes (importantíssimos mesmo!), vende muito hoje? Ninguém! Grandes artistas migraram para gravadoras pequenas (ou independentes), que propõem, acima de tudo, respeito ao artista e ao público. Quantas canções com qualidade incontestável “emplacam”, hoje em dia, em rádios ou em programas de TV? Nenhuma! Qualquer pessoa que tentar sintonizar uma rádio (qualquer rádio) constatará o que estou dizendo: o que impera é uma indigência de dar dó: da melodia, passando pela letra, indo até os arranjos e à interpretação. É tudo muito ruim. A falta de qualidade, hoje, está tão assustadora, que o que “rola” por aí em termos musicais é “inclassificável”. É isso mesmo. Houve um tempo em que conseguíamos estabelecer alguns critérios para a classificação de muitos produtos (vou chamar certo tipo de “música” de produto) musicais: havia o horroroso, o péssimo, o muito ruim, o ruim e o regular. Atualmente, essa classificação é impossível. Só existe o assustador. O mau gosto extrapolou! Esse ruim extremado é, para mim, SOD, ou seja, "sem origem definida. A música que, nos tempos atuais,  impera no Brasil (e no mundo, arrisco dizer) é de origem esquisita, estranha, problemática e inexplicável. Ou ela teria surgido por “combustão espontânea”? Vai saber! E a "grana" que brota dessa “música” é altíssima. Que indústria! 
E por falar em dinheiro, "mire", ainda na seara música, os gênios e veja quantos ficaram ricos. Nenhum! Só para citar três, vá atrás das histórias de Cartola, Nelson Cavaquinho e Pixinguinha, por exemplo. Todos tiveram vida modesta até o fim. E deveriam ter ficado riquíssimos! Por quê? Só pela qualidade da obra que deixaram, mas a lógica do mercado, infelizmente, não é essa. Os três só fizeram obras-primas. Ou alguém duvida de que As rosas não falam, O mundo é um moinho, A flor e o espinho, Folhas secas, Carinhoso e Rosa, só para citar algumas, estejam entre as canções mais importantes de todos os tempos? Só uma dessas canções já vale por toda a obra (?) de qualquer uma dessas figurinhas que andam "bombando" por aí, vendendo horrores, enchendo estádios e torrando minha paciência. É fácil constatar a riqueza e a beleza da obra desses três. "Tire o seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor" (Nelson Cavaquinho, Alcides Caminha e Guilherme de Brito), por exemplo, estão entre os versos mais bonitos do cancioneiro popular de todos os tempos. O que é bom não passa.  
Pois é, e ando notando que não só na música, mas em muitas outras áreas, os “sem talento” se destacam... e muito! A TV, por exemplo, tem sido, nos últimos anos, um celeiro de “nadas”. Querem conhecer alguns “nadas” da TV? Simples. Olhem os créditos nas aberturas das novelas. Muita gente, em pouco tempo, torna-se um mito, “o nada que é tudo”, segundo Pessoa. Dia desses, estive observando a abertura de uma dessas novelas. Meu Deus! Com raras exceções, os nomes que têm mais destaque são, exatamente, os das pessoas que não sabem nada de interpretação. "Apareceram" em uma ou duas novelas - ou nalgum "programinha-xarope" - e já são estrelas da emissora. São as tais carinhas bonitas: modelos, modelos, modelos... Nos créditos, atores consagradíssimos, com uma história longa e importante, têm seus nomes beeeeem depois dos "nominhos" de todas as carinhas bonitas. Que inversão! Ah! E essas carinhas bonitas também já chegaram ao teatro, que parecia, há um tempo, lugar sagrado e, portanto, fora do alcance desse povo. Pois é, muitos estão lá, munidos de cara, coragem e ausência de talento. A falta de escrúpulos dessas pessoas parece não ter limites. Sabem que não “dão para a coisa”, mas continuam insistindo e tendo muito público. Amor à arte é o que menos importa.   
A literatura também não fica atrás no que diz respeito à "corrida do ouro", ou à corrida ao garimpo. O que vende muito é, obviamente, o que tem uma qualidade 'pra' lá de duvidosa. Basta ir a uma livraria (ou acessar algum "site") para ver as obras que estão em destaque: autoajuda e variações sobre o mesmo tema. Todos os dias, são lançadas bobagens e mais bobagens que vendem à beça. Nas livrarias físicas, elas estão nas prateleiras mais acessíveis ou nas vitrinas; nas virtuais, saltam à nossa frente. E aquelas obras vigorosas, que mudam nossa vida e que procuramos com avidez, estão bem "escondidas". Geralmente, em alguma estante empoeirada que fica lá no fundo da loja. Difícil encontrá-las (a estante e as obras). Quando decido sair à procura de algum bom livro, reservo boa parte do dia. Ah! E não posso contar com os vendedores, que não têm nem as mínimas informações acerca de obras e autores. Só para ilustrar: certa vez, eu estava à procura de alguns livros do Mia Couto. Que sacrifício! O martírio começou no momento em que eu disse o nome do autor à vendedora, que não conseguia digitar as oito letras: MIA COUTO. Pedi-lhe licença e digitei. Depois, mesmo não tendo sido escoteiro, fiz minha boa ação do dia: sugeri que ela lesse alguma obra desse escritor. Se minha sugestão surtiu algum efeito, salvei uma alma.   
E por falar em "alma", até que percebo a presença de espíritos de baixa frequência (e sem um mínimo de talento) que estão "reinando" por aí (dizem que são "artistas"). Sei que eles existem, olho-os, mas não os "vejo". Sempre soube como ser indiferente a algo que não me diz nada, que não me toca, que não me comove. Em compensação, choro "um rio" quando tenho acesso ao belo trabalho dos verdadeiros artistas. E os verdadeiros artistas sempre 'me' comovem, sempre 'me' emocionam. Junto com o mestre Martinho, também choro pela beleza... e muito!

          SOFISTICAÇÃO
          Zeca Baleiro

          A ideia de sofisticação perpassa toda a vida moderna. Em tudo hoje há esse ideal de sofisticação. Pois quando você recebe um telefonema de um operador de telemarketing e ele lhe avisa que “vai estar lhe enviando a fatura, etc.”, ele está imaginando ser mais sofisticado do que se lhe dissesse simplesmente “vou lhe enviar a fatura...”. Quando o atendente da lanchonete ou da loja se aproxima e diz “meu nome é Carlos, estou aqui para ajudá-lo no que precisar”, é sofisticado o que ele pretende ser. Quando o dono da casa de galetos a batiza de “Galeteria”, é sofisticação o que ele quer sugerir com esse nome. Que suburbano seria se pintasse na fachada “vende-se (sic) galetos”, não?
          Sim, quase nunca é um ímpeto natural, espontâneo. Há um treino para tornar os prestadores de serviço gentis e, mais que gentis, “sofisticados”. Cardápios de restaurantes são também um bom termômetro desta busca desenfreada (e nem sempre honesta) pelo ideal de sofisticação e finesse. Não basta descrever o prato como ele de fato é, há que dourar a pílula, digo, a receita. Não basta ser um filé-mignon, não, muito básico. Tem que ser um filé orgânico maturado em vinha de alhos hidropônicos colhidos durante a primavera (de preferência por crianças africanas, para que, além de sofisticado, tenhamos um toque humanitário também). A salada também não pode ter um simples tomate plantado em Atibaia. Não. Tem que ser um tomate especial, geneticamente transformado, irrigado por águas da serra, plantado em solo adubado com argila indiana, etc., etc., etc.
          Também na seara da indústria cultural, há alguns pequenos truques de transformar o “simples” em “chique”. Quando a música dita sertaneja surgiu com toda força no final dos anos 80, seus ícones exibiam visual pop ou rock-n-roll. Não parecia ser mera coincidência a semelhança entre os cabelos de duplas como Chitãozinho e Xororó com os cabelos de Siouxsie and The Banshees e outras bandas new wave dessa década.
          A diva caipira Inezita Barroso declarou, em recente entrevista, que o rótulo sertanejo foi adotado por conta da vergonha que as duplas tinham de assumir o termo “caipira”, mais genuíno, diz ela. “Sertanejo remete mais ao Nordeste que ao interior de São Paulo. Ninguém fala ‘vou pro sertão de Jundiaí!’’’. Grande Inezita!
          Depois houve o tempo do forró universitário, febre que assolou o Brasil, especialmente São Paulo. Mais um truque previsível, afinal o forró estava para sempre associado à rudeza nordestina, era música de “baiano”, coisa de “paraíba”, não era música de bacana. Mas eis que um gênio marqueteiro qualquer (há muitos por aí), em sua oficina de truques geniais, deve ter pensado: “Se colarmos uma palavra chique à palavra forró, hummm, deixe-me pensar: eureka! ‘Forró universitário’, claro!”. E assim a cruza de Duda Mendonça com André Midani fez o seu golaço.
          Há poucos anos, com o surgimento de novas duplas, nem tão “sertanejas” assim, tomou-se emprestada a alcunha e assim surgiu o “sertanejo universitário”, nova febre musical que hoje domina a cena nos quatro cantos do País. Espera-se para breve o “pagode universitário”, a “gafieira acadêmica” e o “brega de vanguarda”, quem sabe. 


Fonte: ISTOÉ 2204 8-2-2012





DESENGANOS DA VIDA, METAFORICAMENTE
Gregório de Matos

É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.

É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.

É nau enfim, que em breve ligeireza,
Com presunção de Fênix generosa,
Galhardias apresta, alentos preza:

Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa
De que importa, se aguarda sem defesa
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?

(MATTOS, Gregório de. In Cândido & Castelo, Presença..., cit., p. 73)


SHOW BIZ
Chico Buarque - Edu Lobo
(Do musical O corsário do rei, 1985)

Ari-Stocrata, Senhor de Engenho
Baronete e Magnata
Puro verniz
Motivo: concordata
Quer embarcar no tal do show biz


Inês-Gotável, dama da corte
Com curriculum notável
Corpo de miss
Idade incalculável
Quer embarcar no tal do show biz


Precisa-se de artistas, deu até no jornal
Vão fazer os testes pro maior musical
Meu pai é influente
Meu tio é coronel
Meu sogro é presidente
Ninguém leva o meu papel
O meu expediente
Prossegue no motel
Eu dou para o gerente
Ninguém leva o meu papel


Celi-Batária
De bons costumes mui zelosa comissária
Zero quadris
Um pouco solitária
Quer embarcar no tal do show biz


Ator-Mentado
Peri-Clitantemente
Eli-Minado
Cantarinho, dançatriz
Quer embarcar no tal do show biz


Fonte: HOLLANDA, Chico Buarque de. Letra e música 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

  
BLUES DA PIEDADE
Frejat - Cazuza

Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam  pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas


Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm


Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia


Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada


Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem


Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça


Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade


Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

 Fonte (CD): Cazuza, Ideologia, PolyGram, 532600-2, 1996.

15 comentários:

  1. Fábio, querido, saudade!

    Que fim de semana produtivo, meu amigo, quase não sabia o que ler primeiro e muito menos o que dizer de cada postagem.
    Tudo de primeira, como sempre, e desnecessário mostrar as provas do besteirol do NADA VEZES NADA que insistem em lavar os nossos neurônios. Ainda bem temos você e outros parceiros pra nos livrar do ouro de tolo que circula no Império do Nada.
    Ah, obrigada especial para a tirinha da Mafalda e sua língua ferina, uma das minhas prediletas.
    Meu beijo,

    Graça

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    1. Graça, minha amiga, obrigado pelos comentários. Ontem, eu disse que o "blog" (ou o "bRog") tem sido ótimo para eu desabafar. Bem lembrado o "ouro de tolo". Ah! Também adoro a Mafalda. Que menininha, não?! Saudades grandes, minha amiga. Beijão,

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  2. Olá Fábio. A sua arte literária é infinita, tanto que em qualquer parte de expressão portuguesa haveria um lugar exclusivamente seu. Devia escrever um livro meu caro. Você continua em S. Camilo? Faço esta pergunta porque no seu facebook diz que "foi". Seria uma perda incomensurável para os alunos de S. Camilo. Abraço e não esqueça o alvitre do livro. José Manuel.

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    1. Meu amigo distante e tão perto, muitíssimo obrigado pelas palavras. Um livro?! De repente, quem sabe, um dia... Se eu juntasse minhas crônicas, publicadas ou não, acho que elas dariam esse livro. Pensarei com vagar nesse assunto. Você vem ao lançamento? Farei questão de sua presença, viu? Ah! Continuo, sim, em São Camilo. Não sei o porquê de o "face" "usar" o foi. No mais, abração,

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  3. Arrasou, hein, amigo!!! Tá cada vez mais afiado... ferino...
    Podia-se ensinar nas universidades bom gosto. Será? Não iria-se aprender nada pois essa deve ser de berço. Seria possível alguém ter bom gosto por osmose? Sabemos que sim afinal vc já fez caridade para a humanidade...já deu cultura para quem andava na lama e nas sombras... será que de fato aprendem algo?

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    1. Eu é que estou com a língua afiada, Fernandinho? Eu?! Pois é, tenho gostado bastante de "recolher" textos sobre determinado assunto e juntá-los no 'blog'. Tem sido um exercício ótimo. E tenho adorado escrever. É... acredito nisto: podemos, sim, ensinar alguém a ter bom gosto. Podemos "receitar" bons livros, boas músicas, bons filmes. No mais, beijos e obrigado pela visita.

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  4. O mesmo veneno de sempre, com mais intensidade, desta vez, meu amigo!
    Adoro seus escritos - já disse isso um monte de vezes. E sou fã, mesmo. Me inspiro. Concordo com o amigo que sugeriu-lhe a produção de um livro: também, aguardo por ele!
    Quanto ao tema (?): Ixi!, é o que reina. Eu aprendo a cada dia ficar à margem de tudo isso: essas "delícias", gomas de mascar etc..

    Abração, meu amigo. é um enorme prazer lê-lo!

    Rodrigo Davel

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  5. Obrigado, meu amigo, pela visita. Você há de concordar comigo: sem um "veneninho", a vida perde o saber, "né" não?! Sei que alguns vão dizer por aí que estou ficando um "velhinho" rabugento. Não vejo problemas nisso. Minha avó, que era bem rabugenta, é minha filósofa preferida até hoje. Abração,

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  6. Caro poeta... cronista de mão cheia!!! Estava ávido por ler essa nova tecitura já que tinha sido avisado dela há muitos dias... devido a correria dessa vida só hoje pude parar para contemplar as suas palavras... hoje é sexta feira, tive uma semana abençoada de trabalho, não viajei essa semana, toquei muitos corpos, almas, algumas pessoas e alguns seres... ao ler as primeiras linhas do seu texto recorri ao "youtube" e estou a ouvir um solado de "Carinhoso"!!! O som entranha nos meus ouvidos como um ritual de purificação, acredita que até a minha respiração muda?
    Suas palavras falam por mim, me aliviam, me deixam mais leve... ando me sentindo meio só, meio sem rumo em meio a tanto lixo, em todos os sentidos da palavra... é assim mesmo? uma amiga filosofa costuma dizer que a vida vai nos fazendo seletivos... e nem mais esbravejamos, mas, optamos por viver no nosso canto, onde permitimos de uma maneira bem simples que alguns adentrem... opto por ficar em casa, ás vezes quando posso com os meus, estou a procura do bom gosto, da boa prosa... ... não sei se me entende poeta... Necessitamos com urgência, como li há alguns dias em um belo livro, "retomar ao antigo", começo a me certificar que diante do grande vazio ético contemporâneo já estamos às voltas do essencial, afinal já não temos mais pra onde ir!
    Forte abraço!! Obrigado!!!
    Se quiser ouvir o belo solado está aí o link: http://www.youtube.com/watch?v=u0Ztk___8Mg

    Hércules Campos

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  7. Obrigado, Hércules! Pois é, com o tempo, vamos ficando seletivos mesmo. Muito obrigdo pelo carinho, pela leitura, amigo.
    Obrigado por "Carinhoso". Abração,

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  8. Fábio, meu querido domador de palavras exatas ...ou seria talentoso coreógrafo de palavras dançarinas? Seu irretocável post ("comme d'habitude"), não só lavou minha alma como, também, alvejou e enxaguou-a...para deixá-la secando à luz da razão desta evidência solar: "mal gosto assola a humanidade" vaticinado pela grande Rita Lee ou desta: "o mundo está ao contrário e ninguém reparou", do Nando Reis.

    Discordo que seja um texto venenoso...ao contrário...ele é um antídoto contra a verdadeira barbárie estética que se instaurou, envenenando/embotando corações e mentes, com raras e honrosas exceções, como "nosotros". Também não tem nada a ver com idade. Ainda jovem -isto em priscas eras rs-, eu já considerava a Jovem Guarda (para ficar somente em um exemplo) uma bobagem. Por sorte ou destino ou seja lá o que for...sempre gostei exclusivamente do que considero relevante, formativo, evolutivo, enfim, onde o padrão de excelência ou o enorme talento artístico se fazem notar. Só aprecio o que refuto como "kooraxiano"... sei que vc me entende. E isto, desde a adolescência...tanto que não mudei de gosto algum...só acrescentei à minha lista os novos diamantes das artes que surgiram. Por estas e outras, meus amigos sabem e concordam comigo: não sou pouca porcaria, sou penico cheio, mesmo!!! rs.

    Aos que ainda conservam um mínimo de lucidez, conhecimento e bom gosto, só resta continuar separando os raros "trigos" da quantidade absurda de "joios" atirados no tosco, medíocre ou tacanho mercado imperante da "fuleirice", rs. O que comemos, o que ouvimos, o que lemos, o que assistimos, etc., não só diz um pouco(?!) do que somos, como quase nos revela... parece-me óbvio, não é mesmo?
    Parabéns , "santé" , axé e poderoso abraço.
    Marino Monti

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    1. Queridíssimo Marino, muito obrigado pela visita e pelo comentário, que adorei. Concordo plenamente com você: também "não mudei de gosto algum...só acrescentei à minha lista os novos diamantes das artes que surgiram". Obrigado por Rita Lee e Nando Reis. Pois é, resta-nos separar - e bem! - o trigo de tanto joio. E haja espaço para tanto joio! Abração!

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  9. Sempre o valor do elogio está vinculado à(s) qualidade(s) do elogiador, na minha modesta avaliação. Se você , elogiabilíssimo, gostou do meu singelo comentário, fico muito grato e aproveito para acrescentar mais um exemplo sobre a ignorância de vendedores das raras livrarias. Digo raras... porque ler ainda é exceção, é privilégio, é quase luxo! Aconteceu algo similar com uma amiga. Depois de relatar-lhe o fascínio que a cidade de Istambul provocou-me, ela resolveu , dias depois, comprar o livro ISTAMBUL - Memória e cidade, do
    Orhan Pamuka.
    Logicamente que nem passou pela cabeça dela citar o nome do autor. Qual não foi o espanto ao pedir pelo título e o rapaz simplesmente não entender. Ela repetiu a palavra Istambul umas 5 vezes (ela tem ótima dicção)...até que o rapazito (provavelmente um viciado na escrotidão do BBB rs) sem nenhum constrangimento -sou do tempo em que havia certo pudor em não saber e muita curiosidade e desejo de aprendizados formativos - pediu que ela soletrasse. E ela, pasmada, mais do que incrédula, atendeu à evidente deficiência cognitiva ou precariedade cultural do vendedor que, muito provavelmente, deve ter como preferência musical o indigente funk cariokkkk.
    Infelizmente , meu querido, o padrão cultural está baixíssimo, exemplos inúmeros não faltam, mas deixo para outra ocasião mais relatos deprimentes rs.
    Um abraçaço (salve Caê!).
    Marino Monti

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    1. Obrigado, Marino. O relato envolvendo sua amiga, que teve de soletrar "Istambul", é constrangedor. Pois é, as pessoas, hoje, não se envergonham mais de certas atitudes, de certos comportamentos. Que mundo invertido! Deus meu! Valeu, amigo! Obrigadíssimo pela visita. Abração.

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  10. Ao meu grande amigo Fábio Ferreira Brito:

    Saudações por seu aniversário!!!
    Desejo todas as forças positivas que o universo possa emanar para você!!!
    Felicidades!!! Parabéns!!!
    Embora seja uma música infantil... é muito certeira nas palavras!!!



    Você e eu

    Linda como o céu
    E tão profunda como o mar
    Move até montanhas, não tem cor,
    Não tem idade
    Quem é que não sabe,
    Do que eu quero falar?

    É da amizade

    Tamos sempre juntos
    Não importa o lugar
    Nesse nosso mundo
    Sem fronteiras pra cruzar
    Vamos repartindo esse amor
    Que faz viver

    Você e eu
    Eu e você

    Você e eu, você e eu
    Eu e você, eu e você
    Amigos pra valer você e eu

    Você e eu, um coração
    Eu e você, uma emoção
    Amigos pra valer você e eu

    Você e eu, uma canção
    Eu e você, um abração
    Amigos pra valer você e eu
    Amigos pra valer você e eu

    Corre como um rio
    Que sabe onde fica o mar
    Clara como a luz
    E certa como a verdade
    Quem é que não sabe
    Do que eu quero falar?

    É da amizade

    Ela não tem pressa
    Nem tem hora pra chegar
    Até mesmo os bichos
    E as flores vão te dar
    É só repetir esse amor
    Que faz viver

    Você e eu
    Eu e você

    Você e eu, você e eu
    Eu e você, eu e você
    Amigos pra valer você e eu

    Você e eu, um coração
    Eu e você, uma emoção
    Amigos pra valer você e eu

    Você e eu, uma canção
    Eu e você, um abração
    Amigos pra valer você e eu







    http://letras.mus.br/a-turma-do-balao-magico/75251/

    Não deixe de ver esse vídeo!!!

    http://www.youtube.com/watch?v=G8iOOT54z7k

    Por todas as aventuras vividas até aqui e pelas tantas outras que virão é por isso que a vida nos fez irmãos!!!
    Grande beijo e grande abraço!!!

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