quarta-feira, 23 de julho de 2014

AS MUITAS MARGENS DE UM RIO


AS MUITAS MARGENS DE UM RIO
Sobre o disco “Rio vermelho”, de Ithamara Koorax

Por Fábio Brito

Carmen McRae, em entrevista a Zuza Homem de Mello, um dos maiores musicólogos do Brasil, publicada em 23 de novembro de 1984 n’O Estado de S. Paulo, demonstra uma lucidez acima de qualquer julgamento: “O que sei é que a única coisa que dura para sempre é a boa música. Tudo que você ouve hoje em dia vai ser esquecido. No ano que vem, ninguém vai conseguir mais cantar essa música. Quem vai se lembrar? Tudo um lixo, uma droga, todas são exatamente iguais”. Profetizou! Carmen se foi em 1994, ou seja, dez anos depois dessa entrevista, quando já se podia assistir a um caos sem precedentes na música. Imagine, então, o que ela diria acerca do que se ouve hoje!
De 1984, data da entrevista, para cá, não só no Brasil, mas no mundo, o que permaneceu do lixo musical produzido nesses trinta anos? Nada! Absolutamente nada! É possível que parte desse lixo tenha sido até maquiada e vendida como algo novo. No entanto, já desapareceu também, porque, mesmo maquiado, não deixou de ser lixo. Maquiagem cobre, sim, certas imperfeições, mas por pouco tempo. Com a mesma velocidade com que o público absorve esse tipo de trabalho, esquece-o. Assim, pela declaração de McRae, é fácil mensurar o tempo – curtíssimo! - que dura o “lixo musical” e, em sentido oposto, mede-se também a longevidade de uma obra de arte, ou obra-prima, musical. Os discos que fogem ao “processo industrial de criação” transformam-se, obviamente, em obras perenes e não têm prazo de validade. É o caso de “Rio vermelho” (Imagem, 1995), da extraordinária cantora/intérprete Ithamara Koorax, uma das grandes damas da música de todos os tempos. Não me canso de ouvir esse disco. Devo confessar que o ouço religiosamente, tamanho é seu requinte, tamanha é sua sofisticação, tamanha é a emoção de que sou tomado ao ouvi-lo.
Além da edição brasileira dessa obra grandiosa, artesanal, há mais duas: uma japonesa, “Red river”, também de 1995, e uma coreana, “Cry me a river”, de 2001. A diferença entre essas duas edições e a brasileira é, além da capa, a ordem das faixas (e os encartes). Além de um produtor “acima do bem e do mal”, Arnaldo DeSouteiro, que passa longe da “indústria da produção”, o disco conta com um time estelar de músicos: nosso “maestro soberano”, Tom Jobim, Paulo Malaguti, Ron Carter, Marcos Valle, Pascoal Meirelles, Sidinho Moreira, Paulo Sérgio Santos, Luiz Bonfá, Maurício Carrilho, Sadao Watanabe, José Roberto Bertrami, Jamil Joanes, Carlos Malta e Daniel Garcia. Só por aí já dá para saber que estamos diante de um disco arrebatador. Vale lembrar que a produção executiva é da própria Ithamara.
"Rio vermelho" é, pois, um trabalho único e que está a léguas de distância de todo e qualquer modismo, que é sempre negativo em quaisquer carreiras artísticas, embora muitos não consigam enxergar isso e embarcam na “onda”, seguem a moda e, de repente, topam com o ostracismo. Quanto às faixas dessa obra de arte, vale a pena – e como! – comentá-las com vagar. Ithamara, em todas, está inteira e, além de uma extraordinária aula de interpretação, mostra como um grande artista consegue burilar ao máximo uma canção, mas sem que ela, a canção, deixe de existir. Ou seja, é a mesma, mas é outra. Nas treze faixas que integram essa obra-prima, é possível constatar isso.
Comecemos exatamente pela faixa que dá título ao disco, “Rio vermelho” (Milton Nascimento / Danilo Caymmi / Ronaldo Bastos), também gravada pelo Milton (“Courage”, 1970), quando ainda só havia as duas primeiras estrofes. Está aí um dos mais fortes petardos contra a ditadura militar no Brasil. Na voz de Ithamara, essa canção, já com a letra completa, parece convidar-nos à luta aguerrida, mesmo depois do período cinza por que passamos. Sua voz, que é sempre volumosa, parece gritar pelos campos e pelas praças que a luta não pode cessar: “(...) lutei e meu leito de águas claras / se faz vermelho, o sangue tingia / mas não parei de lutar, perigo é meu guia / só me entrego pro mar, ê (...)”. Ithamara projeta a voz de uma forma deslumbrante. Consegue ocupar todo e qualquer espaço.
Assim como na faixa-título do CD, em “Sonho de um sonho” (Martinho da Vila / Rodolfo de Souza / Tião Graúna) - samba-enredo da escola Unidos de Vila Isabel em 1980, que homenageou o poeta Drummond - Ithamara também solta a voz e abre alas para as demais faixas. Parece um imenso tapete vermelho por onde desfilarão as demais canções. Não poderia ser outra a faixa para abrir o CD. Escolha acertadíssima. É hora, pois, de aumentarmos o volume.
“Retrato em branco e preto” (Tom Jobim / Chico Buarque), que vem a seguir, foi gravada por diversos intérpretes e é uma das maiores obras-primas da MPB. A gravação da Ithamara remete ao vigor interpretativo de Tânia Maria (“Brazil with my soul”, 1978) e Elis Regina (“Elis & Tom”, 1974). Não é qualquer um que pode gravar essa canção. Ainda assim, há uns corajosos que se atrevem, e o resultado, como sempre, é pífio. Ithamara, Elis e Tânia Maria podem, merecidamente, ser chamadas de coautoras desse clássico. Além da participação dos já citados Malaguti, Meireles e Watanabe, a faixa conta com o baixo de Ron Carter, um dos mais importantes músicos de jazz de todos os tempos, que, inclusive, já tocou com Miles Davis. Participação mais luxuosa que essa é impossível. Só Ithamara consegue essa proeza.
E por falar em músicos mais importantes de todos os tempos, eis que nos chegam mais dois: Tom Jobim e Luiz Bonfá, autores de “Correnteza”, a terceira faixa do CD, que contou com o violão sublime do próprio Bonfá. Precisamos de mais o quê? Temos “a” voz, “o” violão e “o” compositor. Eis o “crème de la crème”, a nata, o melhor do melhor.  
“Preciso aprender a ser só” (Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle), a quarta faixa, é uma das composições mais conhecidas dos irmãos Valle. 'Nos' teclados, o próprio Marcos Valle acompanha Ithamara, que, não raro, inclui essa preciosidade em suas apresentações. Ouvindo Ithamara, temos a certeza de que grandes canções exigem grandes intérpretes. Tal faixa casa-se perfeitamente com a próxima, “Tudo acabado” (J. Piedade / Oswaldo Martins), um dos maiores sucessos de outra grande estrela, Dalva de Oliveira, nossa eterna “Estrela Dalva”. Koorax registrou-a em um andamento mais lento, mas a interpretação ficou igualmente linda. Bom intérprete é aquele que tem clara compreensão da canção, o que requer inteligência. Conheço até alguns artistas que são superestimados na MPB, mas a interpretação deixa a desejar. Ithamara, ao contrário, interpreta. Ou seja, sabe, compreende o que canta.
Na sequência, vem “Ternura antiga” (Dolores Duran / J. Ribamar), que é minha canção preferida da Dolores. Foi uma ideia genial gravar essa canção em lugar, por exemplo, de “A noite do meu bem”, a mais conhecida do repertório da Dolores e, logicamente, a mais regravada. A amargura, a agonia, a saudade, o vazio e o desencanto de esperar de que nos fala a letra ficam ainda mais intensos na voz profunda de Ithamara, que é acompanhada por Maurício Carrilho (violão) e Paulo Sérgio Santos (clarinete). Depois de ter ouvido inúmeras vezes essa gravação, só não me perdoo por não ter conseguido assistir ao espetáculo “Dolores Duran por Ithamara Koorax”, que, além das canções citadas, contava ainda com “Solidão”, “Estrada do sol”, “Castigo”, “Se é por falta de adeus”, “Por causa de você”, “O negócio é amar”, “Canção da volta”, “Pela rua”, “Noite de Paz” e várias outras pérolas.
A sétima faixa é “Não sei” (Lindolpho Gaya / Aloysio de Oliveira – com base no estudo em mi maior op. 10 nº 3, de Chopin), pinçada do repertório de outra excelente intérprete, Maysa, que a gravou em seu “último disco”, produzido, em 1974, pelo próprio Aloysio de Oliveira. A letra é um belo poema: “Hoje eu estou / entre onde andei / e pra onde vou / eu sou meio o que fui / e o que serei / e se perguntarem / o que sei de mim / eu não sei / nunca sei (...)”. A interpretação de Koorax, como nas demais faixas, está impecável. A clareza da dicção é impressionante.
Assim como “Retrato em branco e preto”, há, nesse “Rio” caudaloso, outra canção do “maestro soberano”: “É preciso dizer adeus”, em parceria com Vinicius de Moraes, o “Poetinha”. Trata-se de uma canção pouco conhecida da safra Jobim / Moraes, mas nem por isso menos bela que a maioria das canções compostas por essa dupla. O piano de Jobim, outro requinte de que poucos puderam desfrutar, e a voz da Ithamara conduzem-nos a uma viagem e tanto. Há muitos silêncios na canção, o que a torna mais comovente ainda. Só ouvindo. Impossível descrever a sensação inebriante que nos envolve quando ouvimos essa faixa.
“Cry me a river” (A. Hamilton), a nona faixa, é uma canção gravada por inúmeros intérpretes no mundo todo. Cada um, obviamente, fez sua leitura. Nem todas me agradam, é claro. Entretanto, nem é preciso dizer que a da Ithamara é arrepiante. Mais: sempre que a ouço, fico dias seguidos ‘cantarolando’ a melodia. Inesquecível! E os agudos lancinantes estão lá, para nosso completo deleite. Para nosso “doce deleite”.
A décima faixa é “Índia” (José Assunción Flores / Manuel Ortiz Guerrero – versão: José Fortuna). Imortalizada pela dupla Cascatinha e Inhana em 1952 e regravada por vários intérpretes, essa famosa guarânia ganhou de Ithamara uma versão ímpar, em que os teclados de José Roberto Bertrami (e que teclados!) completam a nobreza da gravação. Koorax prova, mais uma vez, que sua compreensão musical está muito acima da média. Ela e Bertrami não dão apenas uma excelente aula de música, mas ministram um curso de “pós-doutorado”. Ao fim, como em “Cry me a river”, os agudos triunfais de nossa diva nos deixam boquiabertos.
A próxima faixa também conta com os teclados de Bertrami. É “Se queres saber” (Peter Pan), também gravada por Emilinha Borba (1947), Nana Caymmi (1977) e Zizi Possi (1993). Ithamara imprime a essa joia do cancioneiro popular a delicadeza e a exuberância na medida exata. Não falta e não sobra nada. Ou melhor, sobra talento. Não é fácil visitar o repertório de outros artistas também talentosos. Não é fácil revisitar sucessos. No entanto, Ithamara sempre ‘o’ faz com o brilho e a dignidade habituais. Redimensiona, portanto, o valor e a importância das canções que revisita.   
“Empty Glass” (Luiz Bonfá / D. Manning) é a faixa que fecha o disco. Os teclados e o arranjo ficaram sob a batuta do sensacional Paulo Malaguti, que, ao lado de Maurício Carrilho, participou do primeiro disco de Ithamara, lançado em 1993 e gravado um ano antes e “inteiramente ao vivo, sem complementação posterior”, como consta no encarte. Como se não bastasse a participação de Malaguti, há ainda outros ilustres convidados: Sadao Watanabe e Sidinho Moreira. O primeiro, cujo talento é incontestável, tocou sax alto; o segundo, que já tocou com Paul Simon e diversos outros artistas, arrasou na percussão. Uma das mais belas entre todas as belezas do Bonfá, essa canção não poderia escapar às antenas sensibilíssimas de Ithamara. Ela também integra o “Almost in love – Ithamara Koorax sings Luiz Bonfá” (1995/96), que, assim como o “Rio Vermelho”, ganhou três edições. Luxo para poucos.
Pois é, uma obra raríssima como “Rio vermelho” deveria chegar ao grande público, não deveria? No entanto, aqui no Brasil, e no mundo também, não é novidade para ninguém que, para que o artista chegue ao que chamam de grande público, o preço a ser pago é bem alto. Seria necessário abrir mão da qualidade, da pureza, da integridade. Ser “popular”, no sentido mais rasteiro da palavra, é facílimo. Difícil é primar pela qualidade, pelo bom gosto. Não é cedendo aos apelos fáceis da repercussão popular que se constrói uma carreira digna e respeitável. A coerência de um artista, que nasce de sua responsabilidade, é primordial para a consolidação de sua carreira. Koorax é prova inconteste disso. A respeitabilidade e o prestígio conquistados aqui e no exterior vêm, obviamente, de seu talento imensurável, mas também da seriedade com que conduz sua vida artística.
E anda faltando seriedade por aí. E como! Muitos que, equivocadamente, são chamados de artistas andam fazendo uma série de concessões. Não raro, optam pelos pinotes, porque, assim, venderão “horrores”. Vivemos, de fato, o que Zuza Homem de Mello chama de “época do cabritismo”. Só sabem pular e nada mais. E não têm modéstia! Pior: ignoram completamente o ridículo. Problemas de um tempo em que as pessoas não mais “ouvem música”, mas qualquer “coisa” que chamam de “som”; problemas de um tempo em que as pessoas só se interessam por vulgaridades, mesmo – ou principalmente – em se tratando de música; problemas de um tempo vazio; problemas de um tempo de homens vazios.
E deixemos os “homens vazios” de lado. O que importa é que Ithamara foi eleita pelos deuses da MÚSICA para brilhar mais alto. Oscar Wilde, em “O retrato de Dorian Gray”, diz-nos que “eleito é aquele para quem as coisas bonitas significam simplesmente beleza”. Koorax também transforma em ouro tudo o que toca, ou melhor, tudo o que canta. Tudo, em sua voz, reluz e vira beleza. E beleza rara.
                                Foto: Fabio Brito


TUDO ACABADO
J. Piedade / Osvaldo Martins

 Tudo acabado entre nós
Já não há mais nada
Tudo acabado entre nós
Hoje de madrugada
Você chorou e eu chorei
Você partiu e eu fiquei
Se você volta outra vez
Eu não sei

Nosso apartamento agora
Vive à meia-luz
Nosso apartamento agora
Já não me seduz
Todo o egoísmo
Veio de nós dois
Destruímos hoje
O que podia ser depois
 Fonte: CD “Rio vermelho”, Ithamara Koorax, Imagem, MCD 2012, 1995.


PRECISO APRENDER A SER SÓ
Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle

Ah, se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor eu não posso viver
E sem nós dois
O que resta sou eu
Eu assim, tão só
E eu preciso aprender a ser só
Poder dormir sem sentir teu calor
A ver que foi só um sonho e passou
Ah, o amor quando é demais
Ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar que a saudade existe
E se vem é tão triste
Vê, meus olhos choram a falta dos teus
Estes teus olhos que foram tão meus
Por Deus entenda
Que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Fonte: CD “Songbook Marcos Valle – vol. 2”, Lumiar Discos, LD 3904, 1998.

NÃO SEI (No other love)
(Bob Russel – Paul Weston – adap.:  Aloysio de Oliveira)
(Gaya / Aloysio de Oliveira – com base no estudo em mi maior op. 10 nº 3, de Chopin)

Hoje eu estou
Entre onde andei
E pra onde vou
Eu sou meio o que fui
E o que serei
E se perguntarem
O que sei de mim
Eu não sei
Nunca sei

Meu amanhã
Já vi passar
Por entre as horas
De um ontem que se foi
E vai voltar
Por favor, alguém me diga
Mil caminhos, uma vida
Tanta coisa
Que eu (a)inda não fiz
E hoje eu estou
Entre onde andei
E pra onde vou
Não sei

Fontes:
CD “Rio vermelho”, Ithamara Koorax, Imagem, MCD 2012, 1995.
CD “Maysa (último disco)”, Maysa, EMI, 837822 2, 1996 (P 1974)


TERNURA ANTIGA
Dolores Duran / Ribamar

Ai, a rua escura, o vento frio
Esta saudade , este vazio
Esta vontade de chorar

Ai (ah), tua distância tão amiga
Esta ternura tão antiga
E o desencanto de esperar

Sim, eu não te amo porque quero
Ah, se eu pudesse esqueceria!
Vivo e vivo só porque te espero
Ai, esta amargura, esta agonia.

Fontes:
CD “Rio vermelho”, Ithamara Koorax, Imagem, MCD 2012, 1995.
CD “Dolores – a música de Dolores Duran”, Lua, 236, 2007.


É PRECISO DIZER ADEUS
Tom Jobim / Vinicius de Moraes

É inútil fingir
Não te quero enganar
É preciso dizer adeus
É melhor esquecer
Sei que devo partir
Só me resta dizer adeus

Ah, eu te peço perdão
Mas te quero lembrar
Como foi lindo
O que morreu

E essa beleza do amor
Que foi tão nossa
E me deixa tão só
Eu não quero perder
Eu não quero chorar
Eu não quero trair
Porque tu foste pra mim
Meu amor
Como um dia de sol

Fonte: MORAES, Vinicius de. 

RETRATO EM BRANCO E PRETO
Tom Jobim / Chico Buarque

Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retratos
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração

Fonte: HOLLANDA, Chico Buarque de. 

9 comentários:

  1. Curioso!!! A medida que lia o texto... a cada música citada... meio que automaticamente... ia ouvindo-as.

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    1. Bom saber, Fernando, que você, lendo o texto, "ouvia" as canções. Sinal de que ele deve estar legalzinho. Bjs.

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  2. Bela homenagem!!! Justíssimo a excepcional cantora que Ithamara é!!!

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    1. Tudo o que dissermos, Fernando, não será o bastante. Ithamara é fantástica! Obrigado pela "visita" ao "blog". Bjs.

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    2. De nada!!! Sempre um prazer lê-lo!!!

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    1. Adoro o "Rio vermelho", Fernando. Um dos melhores discos que já ouvi na vida. Bjs.

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    2. Concordo pletoramente.Fábio queridíssimo...é impressionante a sua capacidade de trabalhar/ lidar com as palavras , burilando-as (além do respeito absoluto e louvável à norma culta da língua), fazendo-as extensão mesma e precisa dos seus afetos e dos seus perceptos.Você pormenoriza com brilhantismo e talento absolutos. Também neste texto magistral - além dos elogios pertinentes e mais do que justos à esta inteligente, talentosíssima e fabulosa artista de exceção , nossa querida Ithamaríssima , bem como as críticas lúcidas ao baixo nível do verdadeiro lixo cultural que se tornou majoritariamente o atual mundo da música, e ao povo vazio e/ou alienado - o leitor atento e sensível (eu, certamente) fica seduzido e cai como patinho na sua lagoa iluminada de palavras (en)cantadas. Também eu reouvi esta obra de arte à medida que saboreava suas benditas argumentações irretocáveis e/ou indiscutíveis. Mas não podemos esquecer de que que a "maGALnífica" Gal Costa gravou Índia, antologicamente, também.Se talento eu tivesse, diria tudo o que você , brilhantemente, disse aqui.Ato contínuo, faço minhas, humildemente, todas as suas palavras. Seu texto "kooraxiano", deixou "kooraxianamente" meu coração boiar enfeitiçado e feliz nas águas deste rio vermelho e aprazível, de incontáveis margens, onde pontifica a inigualável , insuperável e irresistível voz transamazônica da nossa sereia Iara/Ithamara, a melhor cantora do planeta. Mais não digito para não macular a perfeição da sua primorosa e apaixonante postagem.Meus aplausos sinceros.Beijaços.

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    3. Querido Marcos, seus comentários - sempre nobres e lindos! - são, em verdade, continuação do texto que escrevo. Sinto-me lisonjeado, sabia? Pois é, meu amigo, tento escrever direitinho. "Cá entre nós": escrever sobre nossa Ithamara é maravilhoso! Só há beleza no que ela faz. E por falar em beleza, lembrei-me, agora, de "Lágrimas negras" (Mautner / N. Jacobina): "Belezas são coisas acesas por dentro", que Leila Maria e Gal gravaram lindamente. E por falar em Gal, eu também sempre lembro suas gravações de "Índia" (73, 79 e 2001). Gosto mais da de 79, embora a de 73 tenha contado com o extraordinário Rogério Duprat, que ajudou - e como! - a "recriar" esse clássico. Voltando ao "Rio", posso assegurar-lhe que meu coração também "boia enfeitiçado e feliz" em suas "águas-canções". Sou apaixonado por esse disco! Um beijo enorme, meu amigo. Volte sempre aqui. A "casa" é sua.

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