sábado, 19 de dezembro de 2015

QUANTO MAIS PRIMITIVO...



FELICIDADE
Antonio Almeida / João de Barro (Braguinha)

Para que tanta ambição, tanta vaidade,
Procurar uma estrela perdida?
Quase sempre o que nos dá felicidade
São as coisas mais simples da vida

Felicidade é uma casinha simplesinha
Com gerâneos em flor na janela
Uma rede de malha branquinha
E nós dois a sonhar dentro dela

Ai,ai,ai, isto é tão pouco minha nega
Ai,ai,ai, mas 'pra' mim chega.



        QUANTO MAIS PRIMITIVO... 

        Por Fábio Brito
        Para o amigo "mineiro-carioca" Marcos Lúcio, que, assim como eu, é primitivo... 
             
             "(...) E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos (...)" 
                                    Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa

          Outro dia, num consultório médico, li o seguinte: “Proibido o uso de celular. Médicos atendendo. Silêncio”. A sala, em verdade, era uma antessala de vários consultórios. Ali, éramos nove pessoas, das quais seis estavam conferindo mensagens (deduzi) no celular, duas "faziam sala para o tempo" (olhavam para o nada, como sempre digo) e a nona pessoa, eu, o ET do grupo, estava com um livro aberto. Ou melhor, eu estava com meu "kit" leitura: um livro, um lápis e um apontador em mão (pausa: vejam que primitivismo! Uso lápis e apontador! Incrível! Acho que, daqui a uns bons anos, terei um cantinho em algum museu... vão dizer que do folclore, de preferência!). Quando entrei no consultório, o médico, sem pestanejar, comentou: "- É, Fábio, você sempre com um livro". Senti um alívio e tanto com o comentário. Graças a Deus, alguém percebeu que eu estava com um livro, o que me diferenciava das demais pessoas. Ou seja, eu não era um "descerebrado". Alguém percebeu isso.
               E por falar em "estar com um livro", não posso deixar de relatar um fato muito interessante, mas não inusitado, pelo menos para mim: num "shopping" de Vitória, fui a uma livraria - um dos poucos locais que ainda frequento em "shopping" - e comprei alguns livros. Só para dar tempo de tirar o plástico que envolvia um dos livros, parei numa cafeteria. Ali mesmo, sobre a mesa, abri o tal livro e comecei a folheá-lo e a ler alguns poemas. Findo o café, saí para o que chamo de minha melhor vingança: fui andando com o livro aberto e lendo-o. Claro que não deixei de esbarrar em algumas pessoas e, em seguida, pedir desculpas. Fiz exatamente o fazem quase todas as criaturas (não são pessoas!) que carregam um celular (ou outros aparelhinhos afins, cujos nomes faço questão de não saber): saem às tontas, às cegas e não olham nada ao redor. Ou seja, só existe o mundo que está na telinha do aparelho que essas criaturas têm em mão. Para mim, naquele instante, só existia o mundo que estava nas páginas do livro que eu, orgulhosamente, carregava. "Eita"! Que vingança maravilhosa! Mais uma vez, eu era um ET. Mais uma vez, eu era um primitivo, um ser estranho, de outro planeta.                   
                Esse episódio me deu gás para fazer o mesmo quando eu sair com algumas pessoas que não largam o celular: no momento em que elas olharem para o "aparelhinho do cão", abro um livro (nunca saio sem um). Quero ver o que vão dizer. Vamos trocar "gentilezas", não é mesmo? Para mim, não existe nada pior do que sair com alguém - para conversar, normalmente - e esse "alguém" ficar conferindo mensagens o tempo todo. O que tanto escrevem e leem, Deus meu? Já fiz tal pergunta inúmeras vezes, e ninguém tem uma resposta. Já sei! Sabem que tenho a resposta e, por isso, nem se sentem obrigados a repeti-la: bobagens, bobagens e mais bobagens! Ai, acho que o mundo virou uma grande bobagem. Quero ser sedado, por favor! Ou será que o mundo sempre foi uma grande bobagem e, agora, com a internet, isso foi redimensionado? Vai saber... 
         Na internet, dias atrás, li o seguinte¹: "Sou um homem que tenho tido o privilégio de viajar muito e de assistir a alguns grandes espetáculos mundo afora. Nunca vi, repito, nunca vi uma pessoa pegar o celular no meio da plateia e ficar conferindo suas mensagens. Mas isso parece ter-se tornado um hábito no Brasil, para algumas pessoas sem educação", desabafou na rede social. E continuou a lamentar: "Volta e meia surge um rosto esverdeado, iluminado no meio da plateia, e eu me pergunto se vale a pena o esforço”. O comentário é de Miguel Fallabella, que afirmou não se dirigir a todos os espectadores: “É só um desabafo. A grande maioria do público, graças a Deus, ainda mantém a chama acesa”. No teatro, pode até ser que a maioria ainda mantenha a chama acesa, Fallabella. Pode até ser que muitos ainda prefiram a peça ao celular, porque, em outros ambientes, em muitos outros ambientes, em quase todos os ambientes, o "trem 'tá' feio": em reuniões, em palestras, em mesas-redondas, em sala de aula, em restaurantes, em consultórios médicos, em bancos... só dá gente olhando "a telinha", como digo constantemente. As pessoas estão loucas. Loucas "de coleira" por causa de celular. Essa droga (é vício, sim, e dos piores!) virou uma espécie de bússola das pessoas. O troço já anda grudado na palma da mão (fica mais bizarro ainda quando fios ligados a esse troço levam o som - imagino o tipo de som - até os ouvidos). 
         E, nessa maluquice toda, tenho de fazer um treino constante de minha paciência, porque já estou olhando para as pessoas com raiva. E o pior de tudo é que não consigo disfarçar. Nesses casos, tenho de aprender a ignorar. Já ignorei (e continuo ignorando) tanta "coisa" e tanta gente nesta vida... por que não posso ignorar essas criaturas deslumbradas com a tecnologia? Deslumbradas não! Loucas! A fase do deslumbre já passou, como afirmei inúmeras vezes. Prometo que vou ignorar. Prometo. Quando eu estiver conversando com uma pessoa e, durante a conversa, ela olhar a "telinha" várias vezes (que falta de respeito!), prometo que não vou dar bronca. Vou abrir um livro, como eu disse há pouco. A tática será eficaz... espero. Ah, eu já ia esquecendo: outro dia, caminhando, vi uma criatura dirigindo e conferindo mensagens. Mais: vi um rapaz correndo (não estava caminhando) e conferindo mensagens. Quando acho ("achismo" mesmo!) que não aparecerão mais bizarrices em relação ao celular, eis que fico espantado com mais uma. Cruzes! 
               E na corrida ao celular último modelo, o povo vai ficando com dívidas e mais dívidas. Dias atrás, vi uma pessoa com poucos recursos pedindo a um amigo para consultar - na "net" - preços de celular. Encontrou um que lhe agradou. O valor? Em torno de R$ 1.500,00. Sabe qual o salário da pessoa? O mínimo (com descontos, claro!). Questão de valores, "né"? Ah, eu ia esquecendo: há uns dias, por determinação judicial, o bendito WhatsApp, aqui no Brasil, ficou bloqueado por algumas horas. Foi por isso, então, que vi muita (muita mesmo!) gente cabisbaixa, murcha, quase desfalecendo pelas ruas? Foi, claro! Fico pensando como devem ter ficado os prontos-socorros nessas horas de bloqueio do "aplicativo-oxigênio"? Como conseguiram dar conta de atender a esse povo todo tendo convulsões? Ficar sem esse negócio é, para muita gente, o equivalente a ficar sem respirar. Mais uma vez: quero que me sedem! 
                É por essas e outras que, cada vez mais, adoro ser primitivo. Um de nossos médicos de confiança, dias atrás, contou-me que, em seu sítio, ele gosta de ficar "no meio das flores", sentado numa cadeira, contemplando-as e ouvindo música. Adorei o primitivismo! Adorei a imagem! No momento em que ele me contou isso, dei uma viajada e fui até seu sítio. É para um sítio assim que quero ir daqui a alguns anos (por enquanto, não posso). E espero, sinceramente, ir. E vou! Quero distância de gente falando o tempo todo. Quero ouvir passarinhos e galo cantando. Quero muita água por perto. Quero muito verde. Quero paz! Quero "carneiros e cabras pastando solenes no meu jardim", como disseram Zé Rodrix e Tavito em "Casa no campo", canção imortalizada pela Elis. 


¹ http://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias/miguel-falabella-faz-desabafo-e-chama-plateia-de-teatro-de-sem-educacao


SONATA AO LUAR

Sombra Boa não tinha e-mail. 
Escreveu um bilhete: 
Maria me espera debaixo do ingazeiro
quando a lua tiver arta. 
Amarrou o bilhete no pescoço do cachorro 
e atiçou: 
Vai, Ramela, passa!
Ramela alcançou a cozinha num átimo. 
Maria leu e sorriu. 
Quando a lua ficou arta Maria estava.
E o amor se fez
Sob um luar sem defeito de abril.

Manoel de Barros (In: Poemas rupestres)


"(...) Só consigo entender isso pensando que se trata de doença grave. 'O tempo voa'; 'o tempo corre feito um corcel!'; 'deem um pouco mais de tempo': são as queixas do Branco. 
Digo que deve ser uma espécie de doença porque, supondo que o Branco queira fazer alguma coisa, que seu coração queime de desejo, por exemplo, de sair para o sol, ou passear de canoa no rio, ou namorar sua mulher, o que acontece? Ele quase sempre estraga boa parte do seu prazer pensando, obstinado: 'Não tenho tempo de me divertir'. O tempo que ele tanto quer está ali, mas ele não consegue vê-lo. Fala em uma quantidade de coisas que lhe tomam o tempo, agarra-se, taciturno, queixoso, ao trabalho que não lhe dá alegria, que não o diverte, ao qual ninguém o obriga senão ele próprio. Mas, se de repente vê que tem tempo, que o tempo está ali mesmo, ou quando alguém lhe dá um tempo - Os Papalaguis estão sempre dando tempo uns aos outros, é uma das ações que mais se aprecia - aí não se sente feliz, ou porque lhe falta o desejo, ou está cansado do trabalho sem alegria. E está querendo fazer amanhã o que tem tempo para fazer hoje. (...)"

In: O Papalagui: comentários de Tuiávii, chefe da tribo Tiavéa nos mares do sul. Recolhidos por Erich Scheurmann 


UM BOI VÊ OS HOMENS

Tão delicados (mais que um arbusto) e correm 
e correm de um para o outro lado, sempre esquecidos 
de alguma coisa. Certamente falta-lhes 
não sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres 
e graves, por vezes. Ah, espantosamente graves, 
até sinistros. Coitados, dir-se-ia que não escutam 
nem o canto do ar nem os segredos do feno,
como também parecem não enxergar o que é visível
e comum a cada um de nós, no espaço. E ficam tristes 

e no rasto da tristeza chegam à crueldade.
Toda a expressão deles mora nos olhos - e perde-se 

a um simples baixar de cílios, a uma sombra.
Nada nos pelos, nos extremos de inconcebível fragilidade, 

e como neles há pouca montanha, 
e que secura e que reentrâncias e que 
impossibilidade de se organizarem em formas calmas, 
permanentes e necessárias. Têm, talvez, 
certa graça melancólica (um minuto) e com isto se fazem
perdoar a agitação incômoda e o translúcido 

vazio interior que os torna tão pobres e carecidos 
de emitir sons absurdos e agônicos: desejo, amor, ciúme
(que sabemos nós), sons que se despedaçam e tombam no campo
como pedras aflitas e queimam a erva e a água,
e difícil, depois disto, é ruminarmos nossa verdade.


In: "Claro Enigma"


POEMA XXXI de O guardador de rebanhos

Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios. 

Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa cousa séria, um intérprete da Natureza, 
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma. 

Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa



OS RECURSOS DE UM SER PRIMITIVO

Li uma vez que os movimentos histéricos tendem a uma libertação por meio de um desses movimentos. A ignorância do movimento exato, que seria o libertador, torna o animal histérico, isto é, ele apela para o descontrole. E, durante o sábio descontrole, um dos movimentos sucede o libertador. 
Isso me faz pensar nas vantagens libertadoras de uma vida apenas primitiva, apenas emocional. A pessoa primitiva apela, como que histericamente, para tantos sentimentos contraditórios que o sentimento libertador termina vindo à tona, apesar da ignorância da pessoa. 

Clarice Lispector (In: A descoberta do mundo) 

7 comentários:

  1. Fábio, meu ET preferido!

    Compartilho da sua antipatia em todos sentidos, mas como nordestina que sou, só posso dizer "EiTa", que é como me sinto. (Ah, releve o trocadilho ;D)
    Meu beijo solidário!

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    1. Graça, querida, que bom "ouvir" uma voz que tem um peso tão grande para mim!Sinto-me em seu colo, bem amparado. Sei que meus livros e eu não estamos sozinhos neste mundo de "celulares" e gente histérica. Ah, ando catando o "eita", ok? Uso-o sempre. Adoro! Obrigado, minha amiga. Um beijo imenso.

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  2. Querido mestre.É uma honra incomensurável e uma enorme satisfação ler um texto brilhante , oportuno, com criticidade lúcida e bom humor, a mim dedicado.Gratíssimo.
    Um pormenor: o "mineiro-carioca"...até é bem intencionado, mas a alminha inquieta que freme no corpo deste já quase provecto baixinho (na verdade, concentrado rs) é de uma mineirice só rs.

    Mais primitivismo do que o meu, impossível rs. Nem possuo celular.Isto é mais do que suficiente para incomodar ou ensandecer o povo, em qualquer lugar, em qualquer ocasião. Divirto-me quando as pessoas descobrem este meu PECADO MORTAL.Sim, querido, os sete pecados capitais são fichinhas perto deste meu PECADÃO sem perdão para o DEUS GRANA NEOLIBERAL rs Mas é fato que Quando abrimos os nossos
    computadores é nossas portas que fechamos.Quanto ao povo -quase sempre gente alienada ou desinteressante -ficar grudado na telinha, considero quase uma bênção rs. Assim não sou obrigado a ouvir bobagens e, enquanto isto, abro um livro ou digo que vou dar uma voltinha rs. Em todos os lugares onde estou sem companhia, pode saber que o amigo livro está comigo, e bem aberto rs. Mas quem tem a sorte rs de sair comigo já sabe: se pegar o celular, como sou mais chique rs...abro imediatamente um livro.

    A tecnologia ao tempo que aproxima virtualmente os mais distantes, afasta, realmente, os que estão´próximos. Ficamos mais isolados em nosso trabalho, em nossa vida privada, quando junto à nossa família, alternamos a atenção entre nosso grupo afetivo e os tablets ou laptops que nos acompanham do início ao final do dia. Nas academias, os alunos que antes disputavam um lugar no reflexo no espelho, agora possivelmente destinam mais cuidado para seus celulares. Nossa vida recreativa? Simples, basta apenas dar uma olhada no que acontece em bares, teatros, restaurantes, aeroportos ou até mesmo nas praias.
    Quase todos vivendo absortos e desatentos, de olho nas malditas telinhas. É de uma grosseria estupenda fazer isto no cinema ou em teatros e shows.

    Moral da história: sim, profundamente mais conectados, porém, sacrificando as insubstituíveis e necessárias experiências da vida real. Com isso, nosso senso de presença mudou-se para outra dimensão. Estamos aqui presentes, mas também não estamos mais. Fomos, de mala e cuia, para o ciberespaço..
    Razão e emoção nas trilhas do mundo virtual definitivamente não coabitam.
    Assim, é possível que estejamos nos tornando cada vez mais preparados em função do convívio e da exposição sistemática à tecnologia, entretanto, não seria insensato dizer que nossa vida psicológica, em muitos casos, está sofrendo um profundo encolhimento pelo efeito Tinder, Facebook, Viper, WhatsApp etc.

    Há aqueles e parece ...a grande maioria, que usufruem da internet somente como lazer vazio.Passam horas em redes sociais, distraindo-se com games online, assimilando futilidades, quando não imbecilidades. Em contrapartida, os sites que oferecem conteúdos acadêmicos, científicos, didáticos, enfim, conhecimentos, estão, a cada dia, mais raros, e os poucos que ainda sobrevivem, estão falindo devido ao baixo acesso diário.

    A falta de conhecimento e, como reflexo, a impossibilidade de crescimento, potencializa uma sociedade mais embrutecida e estranha a si mesma, afinal, o contato humano, presencial, olho no olho, é cada vez mais raro. Irmãos conversando somente por sites de mensagens instantâneas, mesmo que estejam separados por uma única parede, parece ser o ponto de "chegada" dessa sociedade, deste povo internauta, que consome vida online; qualquer vida, quase sempre medíocre, vivendo como fantoches, controlados por um mouse e um teclado.

    No local onde deveríamos manejar , realisticamente, as frustrações, desejos e inquietudes, ergue-se um mundo paralelo virtual de engessamento e de simplificação emocional.
    O preço disto?…
    “Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapasse nossa interação humana, e o mundo terá uma geração de idiotas”, Albert Einstein.
    É de evidência solar este grande paradoxo da internet. Modernidade isto? Credo!
    Abraçaços e beijaços.

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    1. Querido Marcos, porque o conheci no Rio, você ficou sendo "meio carioca" para mim. E a "mineirice" tem de reinar mesmo, claro! Sobre seu "pitacaço", como você disse, ele está, para variar, excelente, nobre e requintado. É uma aula. Vou deixá-lo junto com os textos do Drummond, do Barros... Suas reflexões são maravilhosas. Rapaz, quando eu soube que você também é "primitivo", fiquei muito feliz. Muito mesmo! A identificação foi imediata. Ontem, Djavan, no "Marília Gabriela entrevista", disse, noutras palavras, que procura sempre ensinar aos filhos que entregar a vida - de forma tão irracional - a essa tecnologia não faz sentido. E é exatamente o que povo tem feito: entregou a vida, a alma à tecnologia. Também tenho preferido, em lugar de abrir o computador, abrir as portas de minha casa, principalmente para os amigos "primitivos". Um beijo imenso, amigo. Mais uma vez, obrigado pela visita ilustre a este "blog".

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    2. Ter um amigo mestre, requintadíssimo e brilhante como você é um luxo que poucos têm e merecem . Infelizmente a maioria se contenta com o mais do mesmo ou com banalidades rs. Isto posto e depois deste seu tera , mega , super elogio, só resta-me agradecer pela gentileza excessiva (adoro excessos em tudo que é bem, bom e belo) e dizer que fico honradíssimo com as suas sinceras validações. Como eu gostaria, repito, de ter sido seu aluno.Você e o Leandro Karnal (e outros raros) possuem lucidez e conhecimento mais do que suficientes para colocar, com precisão cirúrgica, o dedo nas feridas dos descaminhos da desumanidade ou das idiotias e/ou parvoíces explícitas que pululam , não só nas redes (furadas rs) sociais. O pior de tudo, é que "ozotros" não possuem um mínimo de preparação ou conhecimento e expõem, com desinibição estúpida, suas gritantes precariedades. Confesso um certo pudor em exibir as minhas rs. Sou primitivíssimo, nem telê eu vejo...e com muiiiito orgulho .No meu tempo se lavava roupa suja em casa e as pessoas tinham vergonha de exibir as mazelas ou os erros crassos em língua portuguesa. Como meu tempo é agora, é hoje, continuo lavando - com discrição e na área de serviço do meu cafofo rs - as roupas nem tão sujas assim (sou limpinho. dizem as boas e as más línguas rs).Nestes tempos rasos, líquidos, alienados e de "bigbroderismos" toscos, o povo lava roupa imunda e/ou fétida, em praça pública, e sentindo orgulho de pagar este "micaço".Fico mais do que pasmado, fico constrangido. Mas sei fazer cara de inútil paisagem e passar batido, claro! Não aprecio e não paro para bizarrices ou pobrezas de espírito. Ainda acredito que posso evoluir um cadinho. Por isto e para isto, esforço-me - com um prazer inenarrável - em ser ...e sou um eterno buscador 0 incansável e insaciável - de relevâncias ou excelências. Você e seu blogue exorbitam excelências e, também, por isto, sou seu explicito admirador. Mega beijo.

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    3. Desculpe os erros e...considere: sou um eterno buscador -incansável e insaciável-, etc.Bjs

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    4. Querido Marcos, luxo é você, meu amigo. Sempre que você escreve, volto e leio umas três vezes. Sabe para quê? Para meditar sobre o que foi dito. Devo dizer que concordo plenamente com suas observações. Você ilumina pontos que simples mortais não enxergam e, quiçá, não enxergarão daqui a "zil" anos, meu caro. É, meu amigo, há um tempo, as pessoas tinham certo pudor; hoje, "expõem as entranhas aos abutres", como disseram. Tempos de homens pequenos, rasos e insignificantes. Infelizmente, é esse o cenário. Nada alentador, não? Você foi preciso: muitos ficam envaidecidos quando "pagam mico". Sentem orgulho até, como você disse. Que inversão! Que tempo mais estranho é este que nos deram... Também estou longe de "bizarrices e pobreza de espírito". Aliás, nem é mais pobreza: é indigência de espírito. Mais uma vez, obrigadíssimo pela gentileza, pelos elogios. Ah, em vez de aluno, você seria meu colega de trabalho. Um beijão. Mil beijos. Meu melhor beijo.

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