quarta-feira, 5 de outubro de 2016

ZONA DO DESMANCHE



QUANDO VOCÊ FICAR VELHO


Zé Rodrix 

Eles todos vão lhe (sic) abandonar
Quando você ficar velho
É por isso que não adianta
Pintar o cabelo 

Você vai ter que enfrentar o espelho
O retrato que nunca mentiu
Você vai ter que comprar passagem 
No avião sem volta

A cidade vai mudar demais
Quando você ficar velho
E é por isso que não adianta
Quebrar o espelho 

Você vai viver numa vitrine
Sufocado por amigos mortos
E eles todos vão passar lá fora
Sem te ver

Eles sempre vão dizer que não 
Quando você ficar velho
E é por isso que não adianta
Ajeitar a gravata 

Você vai dormir sempre sozinho
Abraçando o mesmo travesseiro
E sonhando com aqueles velhos tempos
De Ipanema

Eles passam sem lhe (sic) olhar
Mas eles também vão ficar velhos
E é por isso que ainda se pode
Sorrir pro espelho

Você vai observar de longe
A passagem da areia do tempo
E eles todos vão ficando velhos
Sem você


ZONA DO DESMANCHE
Por Fábio Brito 
Em 2009, quando perguntaram à atriz Fernanda Montenegro como era “fazer 80 anos”, ela não perdeu tempo: é como ir a Marte!
Marcos Lúcio, meu amigo mineiro-carioca, muito obrigado pelo texto "As corujas invisíveis do crepúsculo", do Karnal. 

Não faz muito tempo (em 2013), fotos da atriz Betty Faria saindo do mar e com biquíni causaram rebuliço nas redes sociais. É que a atriz, que já passou dos 70 anos (está com 75 atualmente), não poderia, segundo certas pessoas, ir à praia "de biquíni", o que despertou a ironia da própria atriz: "Querem que eu vá à praia de burca?", perguntou. Acharam-na "velha" para usar esse tipo de traje, o de banho, em público. 
Esse episódio envolvendo Betty Faria ativou em mim a certeza de que as pessoas têm, agora, um preconceito escancarado com a velhice. Houve um tempo em que elas até disfarçavam e recorriam a certos eufemismos. Hoje, os preconceituosos não mais se escondem. Com a ajuda das redes sociais, então, o preconceito quanto à velhice não está só no subtexto: chegou ao "dito do texto". Ou seja, está na superfície mesmo. Está às claras. E há inúmeras formas de constatarmos esse preconceito. Cobrar que pintemos os cabelos é uma...  
Quando meus cabelos começaram a ficar brancos, quando "começou a nevar em minha cobertura", como disseram alguns, senti que uma boa batalha estaria a caminho: a de resistir a cobranças para que eu os pintasse. Não faz muito tempo, meu cabeleireiro até recorreu a um processo - que não é tintura - para dar um escurecida nas cãs, mas mantendo um percentual de branco. Não achei ruim o resultado, mas, assim que ele terminou o trabalho, não me reconheci no espelho, assim como não me reconheço mais em fotos antigas. Quando algumas pessoas olham as fotos em minha casa e perguntam se sou eu ali, respondo imediatamente: "Não! Era eu", como ouvi num filme. Voltando ao episódio do escurecimento parcial dos cabelos: quando eu ia a certos lugares, tinha a sensação (ou a certeza?) de que as pessoas só olhavam para minha cabeça, como se perguntassem: "Cadê o Fábio de cabelos brancos"? Comecei a ficar incomodado. Tive, portanto, saudade de minha cara anterior. Assim, torci por que os cabelos crescessem rapidamente, para eu voltar a ser eu. Engraçado isso. Os cabelos brancos já estão plenamente incorporados. Não adianta! Não cola mais usar os cabelos de trinta anos atrás com a cara de hoje. Fica "fake". A intenção, ao escurecer um pouco os cabelos, nem foi rejuvenescer, o que é impossível, mas mudar um pouco. Lembro, neste momento, certos idosos que, não satisfeitos com a tintura apenas da cabeça, pintam o bigode e também o que chamo de "rodapé" da cabeça. Até o couro cabeludo fica tingido. Não dá "pra" mim! Conheço pessoas - vários amigos - que tingem os cabelos à medida que eles vão aparecendo. Ótimo assim. Tenho um amigo que disse já ter nascido com os cabelos pintados. Perfeito! E ele não combina com cabelos brancos. 
Não faz muito tempo, uma vizinha de 2 anos de idade acenou para mim da varanda de sua casa. Não só! Junto com o aceno, veio um cumprimento: “Ei... vovô”. Gelei! Deus meu, será que estou ouvindo direito?, pensei. Será que a surdez já chegou? Mas ainda sou tão jovem... Com algum receio, ou melhor, com muito receio, decidi chegar perto da garotinha. Porque a esperança é a última que morre (morre, mas é a última!), imaginei logo que, assim que dela eu me aproximasse, a confusão seria desfeita. Ela deve ter dito outra palavra que não compreendi direito, resmunguei baixinho. Eis que surge um impasse: como pedir a uma garotinha de 2 anos para repetir o que ela havia dito antes? Não há como. Melhor brincar um pouquinho com ela e esquecer essa história de vovô... Foi a saída que encontrei. Essa brincadeira de ter ouvido "vovô" só podia ser bobagem da minha cabeça! Pois bem, brinquei um pouquinho, perguntei algo sobre os brinquedos que ela segurava e dei-lhe um “tchau” bem rápido, seguro de que não haveria tempo de eu ouvir a resposta. “O medo me miava”, para usar uma expressão do Rosa. A resposta da garotinha foi acachapante: “Tchau, vovô”. É... não foi fácil constatar que não fiz confusão. Pior ainda é lembrar que criança não mente. Fabula, mas não mente. Nesse caso aí, não havia fabulação. Ela me chamou de vovô mesmo. Nessa hora, não caiu, como diziam há uns anos, a ficha, mas caíram todas as fichas do mundo. Esperança morre tarde, não é mesmo? Rapidamente, fiz umas contas na cabeça pensando não ter idade para ser avô da garotinha. Pura autoenganação. Tenho, sim, idade para ser avô dessa garotinha e até de crianças mais velhas. Ai... Fazer o quê? Encarar!
É, não é fácil lidar com o que o envelhecimento traz a reboque. Claro que há ganhos! Não existem dúvidas quanto a isso. No entanto, há as perdas, com as quais temos de aprender a lidar. Já convivi - e convivo - com idosos e não é fácil assistir a determinadas situações, como quando o idoso tenta fazer algo, mas o corpo não ajuda. Ou seja, a mente está bem, mas há um descompasso entre ela e o corpo. Minha mãe, com muito humor, costuma dizer que, hoje, ela se sente como uma casa cheia de escoras: os dentes já não são os originais; os cabelos são constantemente pintados; nos olhos, além de ter passado pela cirurgia de catarata, ela precisa de óculos “para longe e para perto”; para ouvir, ela não pode prescindir do aparelho. E o pior é que ela está certa. A imagem da casa cheia de escoras é perfeita, mas nem por isso devemos deixar de lado o bom humor. Ela não deixa! Às vezes, ela se irrita - o que é natural - e eu lhe digo que ela está com "mania de perseguição". Bom, com ou sem "perseguição", o jeito é enfrentar e jamais esmorecer, o que nos dá vigor e paciência para "tirarmos de letra" todos esses percalços e enfrentamentos diários que a velhice nos traz. Todavia, há um enfrentamento mais pesado, mais denso: aprender a lidar com a aproximação da morte, que se fortalece com o passar dos anos e da qual ninguém consegue fugir "ad aeternum".  
Até os 30 anos, mais ou menos, não pensamos na bendita "velhinha com a foice em punho"; depois, por volta dos 40, imagens da "velha dama" começam a povoar nosso pensamento. Não só imagens! Ela vai chegando mesmo e sem pedir licença. E só sentimos isso com nitidez... quando pessoas bem próximas - familiares, principalmente - começam a morrer. Em pouco tempo, meus avós maternos e meu pai despediram-se de nós. Vi, então, que, enquanto eu era novo, a morte era só dos outros... e "dos outros" que estavam distantes; a partir do momento em que constatei que eu estava ficando velho também, ou que eu já estava "instalado na velhice", para recorrer a uma expressão de Simone de Beauvoir, a morte passou a ser não só de pessoas distantes ou bem próximas, mas minha também: penso nela constantemente. Hoje, qualquer dorzinha me assusta. Mil caraminholas brotam na cabeça rapidamente! E é também rapidamente que dou um jeito de espantá-las. Quero ir bem longe e com muita saúde, a despeito de tudo. Os deuses hão de colaborar! 



AS CORUJAS INVISÍVEIS DO CREPÚSCULO
Leandro Karnal, 4 setembro 2016 

Há maneiras bonitas de descrever o processo. A metáfora poética da geada dos anos clareando cabelos, por exemplo. Shakespeare, no soneto 19, lembra que o tempo voraz cega as garras do leão e subtrai dentes ao tigre. Inconformado, pede o poeta que o rosto de seu amor seja poupado da devastação cronológica. Como todo conceito incômodo, o envelhecimento apresenta denominações diversas: do suave “melhor idade” até o cruel “zona do desmanche”. Rubem Alves sugeria o lirismo de “pessoas com o crepúsculo no olhar”.
Cícero refletiu sobre o processo na obra De Senectude, mesmo título do italiano Norberto Bobbio. Ecléa Bosi, no livro Memória e Sociedade, criou parágrafos lapidares sobre a idade. Simone de Beauvoir trata do conceito no texto Da Velhice. No fim da sua vida e de Sartre, aumentou a secura analítica no livro A Cerimônia do Adeus. Lembrei-me dos textos ao ver o filme Amor, de Michael Haneke, um dos mais belos e duros que já assisti.
A cor da vida é a cor da morte, assegura sábio ditado. Jovens chatos serão velhos chatos. Um adolescente brilhante tem chance grande de gerar um ancião da mesma cepa. No fundo, gente velha é igual a gente jovem, só que velha... Qual seria, de fato, nosso medo? Provavelmente, o receio dialoga com a questão da perda de relevância e de controle, especialmente sobre o nosso corpo.
O físico tem uma lógica particular. Deus permitiu que Jó perdesse todos os bens e seus dez filhos. O paciente sofredor resistiu, epicamente. Só depois, o Criador autoriza uma doença grave sobre o protagonista. O que podemos deduzir? Perder bens e perder filhos constituem males menores do que a fraqueza corporal em si. Em parte, como queria Espinosa, sou o meu corpo. Não existem duas instâncias separadas, mas uma só. Meu corpo não contém o meu ser, ele é o que sou. Velhice é a consciência do limite da matéria.
O outono não é um raio num céu azul. Há sintomas prévios. A primeira vez que nos chamam de tio é um alerta. Uma mulher de 30 anos olha com docilidade e insinua: você gosta de mulheres mais jovens? O Don Juan cinquentão estremece. Em breve surge o primeiro refluxo após um pouco mais de álcool à noite. As letras teimam em diminuir diante das retinas cansadas. Incorporamos palavras complexas ao vocabulário: presbiopia, estatinas, colonoscopia... Nossa casa fica cada vez mais confortável e a rua mais desafiadora. A nécessaire de remédios aumenta a cada ano.
A percepção se acelera quando alguém nos cede um lugar no metrô lotado, ainda com o sorriso generoso de um bom escoteiro que ampara Matusalém na reta final. Por fim, o elogio que mata o último botão da nossa fantasia de juventude finda, é disparado: você está bem para a idade... Pronto! Chegamos lá: a região obscura depois do cabo da Boa Esperança. Carimbamos o passaporte para a terra sem volta. O que está pela frente fica menor do que o que passou.
Há pessoas otimistas e pessimistas. As duas posturas envelhecerão. Lutar contra o tempo é como rebelar-se contra a lei da gravidade. Angustiar-se com a idade é temer a chegada do fim do dia ou das fases da lua. Não existe maneira indolor de viver o processo, mas há coisas objetivas a considerar.
Hegel notou que a coruja de Minerva levanta seu voo apenas com as sombras da noite. Esta era a análise tradicional para indicar que a ave símbolo da reflexão e ponderação (dedicada à deusa da sabedoria Minerva) consegue subir no instante do declínio da luz. Sabedoria nunca é alcançada cedo e nem sempre a tempo. Não existem garantias, mas a tradição ensina que podemos melhorar com o tempo. A diminuição dos movimentos rápidos dos anos de vigor máximo colabora para isto. O carro vai mais devagar e a paisagem é mais clara, ainda que com óculos.
É uma idade de sinceridade. Crianças, velhos e bêbados têm um compromisso maior com a verdade. Nem sempre ficamos pacientes, mas cresce a autenticidade. A idade madura abre os olhos para as coisas essenciais.
Idade do fim? Há controvérsias. Para muitos é o momento de começar a fazer o que realmente gostam. Cora Coralina publicou seu primeiro livro de poesia com quase 76 anos. Konrad Adenauer reergueu a Alemanha Ocidental entre 73 e 87 anos, a mesma Alemanha que Hitler começara a destruir aos 43 anos.
Ulysses Guimarães, respondendo aos que o achavam velho demais para candidatar-se à presidência, gostava de lembrar que, em oposição ao experiente Adenauer, Nero tocou fogo em Roma aos 27 anos. Aliás, a obra máxima do doutor Ulysses, a promulgação da Constituição de 1988, foi feita na véspera de ele completar 72 anos.
Por fim, quando o mundo não precisa ser mais conquistado, ele pode ser fruído. Há mais tempo para isto. Os ritmos podem ser respeitados. Há vagas em estacionamento e preferência nas filas. De quando em vez, surgem netos, um estágio superior de paternidade e maternidade. Alguns possuem mais dinheiro na maturidade do que na juventude. Perdemos a obsessão com o julgamento alheio. Quase sempre saímos do jogo da sedução.
Há melancolia e libertação no processo. As cabeças não se voltam mais logo que entramos. Como muitos perceberam, aumenta nossa invisibilidade para o mundo. Na infância, eu achava que o homem invisível da televisão poderia fazer quase tudo. Os seres crepusculares podem! As corujas voam mais livres no fim.


RUGAS
Nelson Cavaquinho / Ary Monteiro / Augusto Garcez

Se eu for pensar muito na vida 
Morro cedo, amor. 
Meu peito é forte, 
Nele tenho acumulado tanta dor. 
As rugas fizeram residência no meu rosto 
Não choro pra ninguém 
Me ver sofrer de desgosto. 

Eu que sempre soube 
Esconder a minha mágoa. 
Nunca ninguém me viu 
Com os olhos rasos d'água. 
Finjo-me alegre 
Pro meu pranto ninguém ver. 
Feliz aquele que sabe sofrer.

13 comentários:

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  2. Fábio, meu amigo, sempre fugindo do óbvio. Mais um excelente escrito! Não sei se tenho calibre para tal, mas sugeriria: "Não vou me adaptar" canção de Arnaldo Antunes como "texto auxiliar". Ah! Não deixe de mandar os 'posts'por email. Grande abraço!

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    1. Luiz, meu amigo, muito obrigado pela leitura. Muito obrigado também pela sugestão, que é excelente! Vou incluir "Não vou me adaptar", claro! Se você tem "calibre'? Eita! Passo meu anel de bamba para você com toda a tranquilidade do mundo... Sei que você fará - já está fazendo - muito melhor do que eu!
      Abração, meu querido.
      Valeu!

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  3. Meus aplausos para este querido e sapientíssimo mestre. Irretocável, "comme d'habitude". Beijaços.

    Como sou um "pitaqueiro" incurável rs, vou perturbar um pouco a sua paciência rs. Quando se tem boa saúde (bendita e essencial) , nem a velhice é problema. Considero um achado o
    Conselho do Nelson Rodrigues aos Jovens: "Que os jovens envelheçam depressa. Que admitam acima de tudo a liberdade - acima inclusive do pão. Que não sejam marginais da condição humana, isto é, escravos consentidos. Escravidão consentida é o pior sintoma de nossa época. É preciso colocar a liberdade em primeiro lugar e neurose em segundo, porque ela é uma forma de protesto. Enfim, que a juventude seja livre e neurótica".


    Não pretendo ser o dono da verdade, esgotar o assunto .Juventude e felicidade são coisas distintas, como pode depor quem sofre ainda estando na juventude. Depois, a “saudade dos bons tempos” é seletiva, obviamente, pois só lembram das coisas boas rs. Acredito que, pelo menos para os que conseguem amadurecer (infelizmente a maioria dos idosos apodrece ou permanece infantilizada) a experiência emocional fica melhor com a idade porque as pessoas passam a investir esforços em assuntos importantes para elas”, escreveu Laura Carstensen em artigo na “Psychology and Aging“.

    Os cientistas, em geral, tendem a aceitar a influência da perda de altas expectativas no aumento do bem-estar após a meia-idade. Mas a psicóloga Carstensen, da Universidade Stanford, EUA, é autora de uma teoria pioneira que explica a alta da felicidade na velhice.

    Segundo a sua teoria da seletividade socioemocional, à medida que os horizontes de tempo vão ficando mais curtos, as pessoas priorizam determinados objetivos emocionais. Passam a evitar conhecidos chatos, programas de televisão imbecilizantes, aprendendo, enfim, a separar o joio do trigo. Ficam melhores leitores de sinais.

    A maturidade faz com que a gente entenda melhor a vida e aprenda a se comunicar melhor com as pessoas, com mais gentileza. Você se dá conta de que aprende o tempo todo e que nem sempre pode fazer o que quer.Assim continuamos jovens por dentro. A vida é o que dá pra ser...

    Outro fator de aumento de bem-estar é que, para os mais velhos, é mais fácil viver o aqui e agora, diz Myriam Najas, professora de geriatria da Unifesp. “Em vez de fazer planos, o idoso vive o momento intensamente.” Aprende a se tornar presente.O lance é que “na meia-idade enfrentamos nossas deficiências e as aceitamos. Então ficamos mais contentes com a vida”.

    Embora os geriatras possam considerar-me provecto ou já beirando à senectude rs (sim, eu venho de priscas eras rs) descobri que tenho necessidades especiais (bem antes da idade avançada, ainda bem! rs). "Entonces"...tenho necessidades especialíssimas de ler mais livros relevantes, de ouvir mais músicas excelentes, de ver mais peças de teatro engajadas (alienação, nem pensar) ou inaugurais, de dançar mais ritmos "calientes" ou samba (de preferência), de viajar mais para a Europa, de beber mais champanhe (a moderação é boa em tudo), de beijar mais, de abraçar mais, de ajudar mais, de fazer mais o que dá prazer (não somente sexo), de aprender mais coisas da maior importância, e de, fundamentalmente, ser mais a mudança que quero ver no mundo...amando mais e cuidando mais de mim e dos amigos e/ou pessoas queridas. Não sabemos o tempo que nos resta. Isto não impede que sejamos mais seletivos e que vivamos com mais intensidade o que entendemos como as prioridades da nossa vida louca e breve. Pretendo ser o velhinho mais saudável, alegre e livre possível...três das melhores coisas desta existência, na minha desimportante conceituação.

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    1. Marcos, meu irmão, que prazer ler seus comentários aqui neste "blog". Tenho muita vontade de encontrá-lo mais vezes pessoalmente. Sua cabeça, "pra" lá de bem resolvida, faz um bem enorme a seus amigos. Muito, muito obrigado. Adoro o fato de você ser um "pitaqueiro incurável", com quem aprendo muito. Que maravilha trazer de volta Nelson Rodrigues! Também gostei muito disto: "(...) à medida que os horizontes de tempo vão ficando mais curtos, as pessoas priorizam determinados objetivos emocionais". Excelente! Beijos imenso. Obrigado, obrigado, obrigado, meu amigo-irmão.

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    2. Mestre e irmão e queridíssmo amigo...você não pode bater tambor para um doido - quiçá caducando pela idade já provecta rsrs - que nem euzinho dançar. Agora que elogiou (quem mandou???) vou exorbitar , como "pitaqueiro" incurável, sua santa paciência com mais um textículo da minha modesta safra. Desculpe os excessos rs.Gratíssimo pelos elogios sinceros. O esmero, o conhecimento, a cautela e o cuidado que você tem com as suas sempre bem traçadas linhas , fizeram de mim um admirador mor do seu talento de evidência solar. Beijaços

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    3. A admiração é minha, meu querido. Você é um luxo. Beijos, beijos.

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  4. Agora "güenta" rs.

    Quem não quer envelhecer - processo natural ou um ciclo inevitável - precisa morrer jovem... de susto, bala , vício...ou de acidente, suicídio, etc. Irreversível. O pior é o envelhecimento desacompanhado de maturidade ou sabedoria...fica insuportável, né?

    O problema maior desta vida é doença...o resto se ajeita. Nem todas as pessoas têm problemas com o avançar da idade, ainda bem.Há quem chegue bem até quase os 75 anos.Tenho um amigo que já passou dos 60 , portanto considerado idoso, e ainda bate um bolão. Os mais jovens é que não dão conta dele kkkk. Dizem que a Susana Vieira já passou dos setenta e ainda é um vulcão de energia, dentre outros celebérrimos exemplos.Santas exceções.


    A ciência diz: uma pessoa pode passar até 10 horas em uma rotina de trabalho, mas ser considerada sedentária, pois suas atividades se limitam a uma sala fechada, privada de ar puro, luz solar e exercício físico.

    O envelhecimento pela inatividade é algo muito óbvio, pois nossos músculos perdem tônus, força e ficam mais propensos a distensões e dores. A irrigação que o sangue oferece aos vários tecidos e órgãos não é feita devidamente, e as células perdem um suprimento de oxigênio e nutrientes.

    As dietas hiper-calóricas ou alimentos com muito açúcar resultam na produção de radicais livres e ativação de genes responsáveis por 70% das modificações genéticas da velhice.

    Há muito tempo se sabe que o estresse promove o envelhecimento. A preocupação de uma mãe com dupla carga horária (trabalho e filhos), p.ex., pode adicionar dez anos à idade biológica das suas células.

    A má postura determina até a conformação de nossos órgãos internos e seu desempenho fisiológico; doenças por má postura são conhecidas e mais ainda as dores que elas causam. São muitos os maus hábitos que precisam ser corrigidos. Dirigir em alta velocidade ou de forma agressiva no trânsito, comer em frente à TV; sentar-se à mesa para uma refeição em meio a discussões; praticar esporte radical, etc., desencadeiam a produção substâncias adrenérgicas, que também envelhecem o organismo.

    A ansiedade e a depressão são consideradas as doenças da pós-modernidade. Pessoas com essas tendências têm pele com menos irrigação,os músculos ficam flácidos, riscando a pele com sulcos profundos, pela inércia dos tecidos, mantendo-se tensos e repletos de substâncias adrenérgicas tóxicas.

    Por outro lado o sorriso aumenta a irrigação dos tecidos musculares e epiteliais do rosto promovendo a rigidez e a aparência saudável. Uma pele que constantemente sofre os efeitos de um sorriso ou de uma gargalhada, irá estar firme e corada.

    O álcool e os doces são fatores que aceleram o envelhecimento do organismo. Precisamos gerenciar nossos pensamentos, palavras e ações para que a ira, raiva, ressentimentos (emoções mais infantis, ou menos sábias, digamos assim), não tenham lugar em nossa mente. Quando essas emoções aparecem, drogas adrenérgicas já foram despejadas no sangue e no cérebro, intoxicando nosso organismo , envenenando e envelhecendo as células do epitélio.

    Dedicar tempo para a sua esfera espiritual, exercer a meditação, ler textos filosóficos que inspirem confiança, esperança e fé, são elementos que devem existir em nossa rotina. O convívio, participação espiritual e a auto-ajuda que a religião budista, p.ex., oferece, são muito positivas para a mente e o corpo, além do contato com a arte , a natureza e os verdadeiros amigos.

    Tente não se aborrecer e manter-se livre da depressão e da ansiedade. Não é fácil, pois muitas das situações têm de ser confrontadas para que algumas coisas sejam resolvidas, se concluam negociações, relações sejam mantidas e/ou acabadas e para o andamento das coisas. Mas sempre haverá um meio mais sagaz de enfrentar tais situações com calma e bom humor.O sabor da vida depende de quem a tempera.
    "Santé" e axé! Beijaços

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    1. Querido Marcos, que texto ótimo! Uma aula e tanto, moço! Aprendo muito com seus escritos, que você chama de "pitacos". Olhe que achado: envelhecer sem maturidade e sem sabedoria é insuportável. E como! Um beijo gigante. Mil beijos.

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  5. (...)São muito positivos...desculpe a pressa e os erros...deve haver "trocentos" deles rs.Beijos grandes.

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    1. Querido, com pressa ou sem pressa, você é "pra" lá de bem-vindo a este "blog" e à minha vida. Beijos, beijos. Mais uma vez, muito obrigado.

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