terça-feira, 22 de janeiro de 2013

DE SUA GARGANTA AS CANÇÕES EXPLODEM...



DE SUA GARGANTA AS CANÇÕES EXPLODEM...¹
Por Fábio Brito

"Ela é ótima, espetacular como cantora e como intérprete. Se eu estivesse numa fase da minha vida que pudesse fazer alguma coisa por ela, eu faria."²

Elizeth Cardoso, madrinha musical de Ithamara
    

          Conversando, há uns dias, com uma amiga, comentamos sobre a diferença que há entre ouvir um CD e assistir a um show. Não raro, os cantores ficam mais soltos no palco, mais à vontade, mas a voz tem menos qualidade do ponto de vista técnico. Ou seja, para muitos artistas, no estúdio, há certos recursos que dão conta de acertar algumas deficiências da voz. Em se tratando de Ithamara Koorax, cujas qualidades elevam-na ao posto de uma das melhores cantoras do mundo de todos os tempos, o que ocorre é maravilhoso: ela é fantástica nos CDs e, ao vivo, a voz parece ficar até melhor, se é que isso ainda é possível.
          No "Bar do Tom", um espaço aconchegante dentro da Churrascaria Plataforma (Leblon, Rio de Janeiro), assisti, dias 18 e 19, ao show que marca o lançamento de Got to be Real, o 15º de nossa diva, já lançado, com enorme sucesso, em 35 países.  
          Em pleno esplendor vocal, nossa diva impressiona sempre, independentemente das canções que interpreta. Nesse show, por exemplo, um dos momentos mais emocionantes foi sua interpretação para a Ária na corda sol da suíte nº 3, de "um certo Johann Sebastian Bach", como ela mesma fez questão de frisar. Foi um número 'pra' lá de comovente. É impossível, desde a primeira nota, conter a emoção. Tentei, mas não consegui segurar as lágrimas.
          E por falar em comoção, todo o espetáculo nos deixa praticamente paralisados, uma vez que todas as canções, sem exceção, recebem um tratamento impecável e atingem, portanto, um nível elevadíssimo. Negue (Adelino Moreira / Enzo de Almeida Passos) é um exemplo dessa alta qualidade. Ganhou de Ithamara um tratamento bem diferente de suas duas gravações mais conhecidas, a de Nelson Gonçalves  e a de Maria Bethânia. O que ouvimos é a "Negue" de Ithamara. É a tal da assinatura. A de Ithamara é inconfundível.
          Up, up and away (Jimmy Webb), originalmente um jingle, é uma das mais fortes canções desse novo CD e um dos melhores momentos do show, assim como Can't take my eyes off of yoy (Bob Crewe/Bob Gaudio), que sempre recebe o auxílio luxuoso do acompanhamento do público. Toque de cuíca, parceria de Alexandre Malheiros e do saudoso José Roberto Bertrami, um dos integrantes do grupo Azimuth e que nos deixou há pouco, é a prova da genlialidade não só de Ithamara, mas dos músicos também: 'taí' um exemplo impressionante de ritmo, afinação e musicalidade. Momento sublime e imperdível do espetáculo. É pura euforia. No "bis", foi a vez de Mas que nada (Jorge Ben/Benjor) e Vesti azul (Nonato Buzar), uma das mais tocadas do Go to be Real mundo afora.
           Os arranjos primorosos e o roteiro - a cargo do competentíssimo produtor Arnaldo De Souteiro - atestam a qualidade e o requinte do trabalho de todos, de Ithamara e dos músicos que a acompanham: Jaime Aklander (em participação especial,) Haroldo Jobim, Lulu Martin e Jorge Pescara.
           Com sua voz 'pra' lá de espetacular, nossa diva explora as alturas que quiser e, em momentos de puro deleite para o público, chega aos sons mais agudos que há. Impossível não lembrar, em vários momentos, a "voz de sino" da diva peruana Ima Sumac. Ithamara faz o que quer com seu "instrumento" valioso, sua joia rara que já nasceu lapidada.     
           Aberta ao mundo, Koorax, que é brasileira e estrangeira ao mesmo tempo, está atenta ao que há de melhor na música mundial. Representando - e que representação! - o Brasil mundo afora, ela poderia, se quisesse, ser uma cantora de standards. No entanto, acomodação é palavra que está fora de seu léxico. Ela dispensa a comodidade do sucesso fácil e arrisca-se em (re)gravações/(re)leituras sempre muito originais e, portanto, arriscadas. Não tropeça nunca. Como prova de sua genialidade, toma para si canções quase esquecidas e revitaliza-as, dá-lhes outra vida. Consegue, o que é raro, transformar todas as canções que interpreta.  
           Muito já 'se' disse sobre as qualidades da voz de Ithamara. Entretanto, sempre é bom lembrar, por exemplo, que ela sabe modular perfeitamente a voz. Consegue ir de agudos inimagináveis para a voz humana a graves maravilhosos, impressionantes. Outra de suas qualidades é que, em muitos momentos, ela 'mastiga' as letras e as notas musicais com maestria. Entendemos perfeitamente o que ela canta. Consegue escandir de forma impressionante, jamais ouvida.  
          Como se não bastasse a qualidade do aparelho vocal de Koorax, o que se observa, em todos os seus shows  (e em discos também) é a combinação exata de arranjo, voz e interpretação. Ithamara é arrebatadora, como sempre! Seus recursos vocais são invejáveis. Nasce uma Ithamara a cada cem anos.
               
¹ Verso extraído da letra da canção Rio Vermelho (Milton Nascimento / Danilo Caymmi / Ronaldo Bastos).
²  Elizeth Cardoso, em entrevista a Hermínio Bello de Carvalho, refere-se à afilhada Ithamara Koorax (CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso: uma vida. São Paulo: Lazuli Editora: Companhia Editora Nacional, 2010).

MINHA VOZ, MINHA VIDA
Caetano Veloso

Minha voz, minha vida
Meu segredo e minha revelação
Minha luz escondida
Minha bússola e minha desorientação

Se o amor escraviza
Mas é a única libertação
Minha voz é precisa
Vida que não é menos minha que da canção

Por ser feliz, por sofrer, por esperar
Eu canto
Pra ser feliz, pra sofrer, parar esperar
Eu canto

Meu amor, acredite
Que se pode crescer assim pra nós
Uma flor sem limite
É somente porque eu trago a vida aqui na voz

Fonte: VELOSO, Caetano. Letra só. Org. Eucanaã Ferraz. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.


CAMARIM
Cartola / Hermínio Bello de Carvalho

No camarim as rosas vão murchando
E o contrarregra dá o último sinal
As luzes da plateia vão se amortecendo
E a orquestra ataca o acorde inicial
No camarim nem sempre há euforia
Artista de mim mesmo nem posso fracassar
Releio os bilhetes pregados no espelho
Me pedem que jamais eu deixe de cantar

Caminho lentamente e entro em contraluz
E a garganta acende um verso sedutor
O corpo se agita e chove pelos olhos
E um aplauso escorre em cada refletor
Pisando esta ribalta, cantando pra vocês
De nada sinto falta, sou eu mais uma vez
As rosas vão murchar, mas outras nascerão
Cigarras sempre cantam, seja ou não verão

Fonte: CD Beth Carvalho canta Cartola, BMG 82876537522, (P) 2003.

FAXINEIRA DAS CANÇÕES
Joyce

Assim como quem cuida de uma
casa
Com capricho e com carinho
Cuido bem da minha voz:
Que saia limpa e clara da
garganta
E voe sempre mais veloz,
Lavando o coração de quem me
escute
Feito água cristalina, aliviando
toda a dor
Tornando mais bonita a vida rude
Faxineira do amor.
E assim esfrego o chão da minha
alma
Até vê-la mais brilhante
Do que sala de jantar
Que é pra bem receber os
convidados
Que começam a chegar.
E quem me vê no palco tão serena
Tão segura e poderosa
Radiante de emoções
Não pode adivinhar o meu
trabalho:
 Faxineira das canções.

Fonte: CD Luz e esplendor, Elizeth Cardoso, BF 551, (P) 1986


SANGRANDO
Luiz Gonzaga Jr.

Quando eu soltar a minha voz
 Por favor, entenda
Que palavra por palavra

 Eis aqui uma pessoa se entregando
Coração na boca, peito aberto, vou sangrando
São as lutas dessa nossa vida

Que eu estou cantando
Quando eu abrir a minha garganta

 Essa força tanta
Tudo que você ouvir

  Esteja certa que eu estarei vivendo
Veja o brilho dos meus olhos

E o tremor das minhas mãos
E o meu corpo tão suado

  Transbordando toda raça e emoção
E se eu chorar

E o sal molhar o meu sorriso
Não se espante, cante

  Que o teu canto é minha força pra cantar
Quando eu soltar a minha voz

 Por favor entenda
É apenas o meu jeito de dizer o que é amar


Fonte: http://www.gonzaguinha.com.br/


                                                     MÃE DA MANHÃ
                                                                                        Gilberto Gil

Meu canto na escuridão
Minha voz, meu amparo
Aro de luz nascente do dia
Brota na gruta da dor
Mãe da mahã, de tudo eu faria
Pra conservar vosso amor

A cada ano, uma romaria
Uma oferenda, uma prenda, uma flor
A cada instante, um grão de alegria
Lembrança do vosso amor

Santa Virgem Maria
Vós que sois Mãe do Filho do Pai do Nascer do Dia
Abençoai minha voz, meu cantar
Na escuridão dessa nostalgia
Dai-nos a luz do luar

Fonte: GIL, Gilberto. Gilberto Gil: todas as letras. Org. Carlos Rennó. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.


SANTA VOZ
 Baden Powell / Paulo César Pinheiro

Canta, Amor
Canta pra afastar dos corações a dor
Feito a velha ama que nos embalou
Canta pra fazer
Uma criança adormecer
Canta uma esperança
Canta, Amor
Canta o verso novo de um compositor
Canta porque o povo segue o seu cantor
Pois é, que a mão do Criador
Que criou a tua santa voz
Abençoe essa garganta, amor
Porque alguém tem que cantar por nós!

Voz é vento
Palavra é pensamento
Como todo canto é uma lição
Que faz nesse momento
O movimento
Do meu coração

Toda voz quando canta é santa
Todo canto é uma oração

Fonte: PINHEIRO, Paulo César. Histórias das minhas canções. São Paulo: Leya, 2010.

CANTORIA
Hermínio Bello de Carvalho / Paulinho da Viola

Amar é um dom
há que saber o tom
e entoar bem certo a melodia:
o povo enxerga a luz de uma voz sincera
e canta com ela
em sintonia.
Cantar é uma luz
um enfunar de velas
é compreender a canção como um
navio
que vai zarpando, ignorando mapas
tocando as águas que nem harpas
por conta do destino
(...)
Fonte: CD Cantoria, Hermínio Bello de Carvalho, 2005 (P 1995), BF 615.


VOZ E SUOR
Sueli Costa / Abel Silva

Guarda de mim
O que for o melhor
Os meus sonhos, os delírios
A voz e o suor
Pois sempre na vida
Chegam o momento em que
se desatam os nós
É a vida que afasta
Apaga ou faz brilhar
A chama no peito dos homens
Mas nunca a minha garganta
"Dirá" meu amor
Nunca mais
Esqueça o que for
Pequenino e fugaz
Aquela palavra
Ferina e mordaz
Esqueça o gesto da hora infeliz
O meu coração sempre soube
O que quis
Mas nunca a minha garganta
"Dirá" meu amor
Nunca mais
Fonte: CD Voz e suor, Nana Caymmi e Cesar Camargo Mariano, EMI, 748144 2, P 1983.


 
Fonte: violinovirtuose.blogspot.com

14 comentários:

  1. Suas postagem sobre Ithamara são aulas de boa música! Além de exaltar todo o talento da diva, com toda razão - graças a Deus pude conferir e posso concordar, você leva o leitor, como eu, a conhecer muito mais da música.

    Abração, amigo!

    Rodrigo Davel

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    1. Muitíssimo obrigado, Rodrigo, pelos comentários sempre gentis. Como você mesmo disse em outro comentário, escrevo sobre a Ithamara movido pela paixão. Abração.

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  2. Só tenho a dizer que... tudo que Fábio escreveu é puríssima verdade!!! Sou testemunha!!!

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    1. Fê, em se tratando de "shows" da Ithamara, você, cada vez mais, é meu fiel companheiro de deleite.
      Bjs.

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  3. ops poeta... olha eu aqui de novo! Sem sombras de dúvidas viu, ouvir pessoalmente um cantor de verdade é sem preço!! Ainda quero ouvi-la, seu paixão por essa voz nos induz a conhecê-la... a referência não podia ser melhor! Beijo!

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  4. Hércules, meu querido, tenho certeza de que você vai adorar a Ithamara. Há pouco, no carro, eu conversava com a Beatriz sobre a simplicidade das pessoas extraordinárias. Citei Koorax, que não fica fazendo pose de estrelona. Ela é extremamente acessível. Uma alma maravilhosa... e canta, canta, canta lindamente. Terei o maior prazer em levá-lo para conhecê-la. Vamos? Beijão.

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  5. Mui queridíssimo e exímio lapidador de palavras. É impressionante como você , com enorme talento , conhecimento da norma culta da língua (coisa raríssima, convenhamos...) e, kooraxianamente, quase materializa as sensações e emoções advindas dos imperdíveis shows/recitais da "number one" I.K. Sabedor de que não tenho esta sua capacidade elogiabilíssima, ainda assim, modestamente, faço minhas todas as suas palavras irretocáveis , sinceras e justas, com destaque especial para: " Com sua voz 'pra' lá de espetacular, nossa diva explora as alturas que quiser e, em momentos de puro deleite para o público, chega aos sons mais agudos que há. Impossível não lembrar, em vários momentos, a "voz de sino" da diva peruana Ima Sumac. Ithamara faz o que quer com seu "instrumento" valioso, sua joia rara que já nasceu lapidada".
    Bingo!O cerne, se não estou equivocado, é este: a voz que já nasceu lapidada.Acredito, convictamente, que estes talentosíssimos e especialíssimos (sós estes rs) artistas, desta magnitude kooraxiana, receberam o beijo de Deus para cumprir missão...até se esvaírem. Não por acaso, a madrinha da Ithamaríssima, a Divina Elizeth (en)canta "LUZ E ESPLENDOR" onde esta questão espiritual se evidencia: " Artista seu nome, já nasce na lista, dos que vão sangrar (...); é marca, é sina"...
    Abraçaços e beijaços

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    1. Marino, meu querido, que palavras lindas as suas, sabia? Fico "kooraxianamente" comovido, meu amigo. Deus meu! "Olhe" só: os deuses, um dia, terão de explicar o seguinte: hoje mesmo, bem cedo, ouvi "Luz e esplendor" (o CD e a canção). Acordei com uma vontade louca de ouvir a "Divina". Ouvi todo o CD e lembrei-me de comentários que fiz, há um tempo, sobre o veludo que cobriu a voz da Eliseth com o passar dos anos. Ou seja, a voz, que já era linda, ficou ainda melhor, mais densa. Não contente, ouvi "Todo o sentimento", que ela gravou com o Rafael Rabello", outro gênio que também 'nos' deixou bem cedo. Que belo disco! Que obra rara! Agora à noite, voltando da escola, vim chorando e ouvindo "A Divina Eliseth", em especial a sétima faixa, "Bachianas Brasileiras nº 5 - 1ª parte da ária (cantilena)". Pois bem, lendo seu comentário luxuoso, eis que você cita a "Divina" e transcreve um fragmento de "Luz e esplendor", que é do Walter Queiroz. É ou não é algo para os deuses explicarem? Pois é, e Ithamara, nossa queridíssima, a "número um", tem Eliseth como madrinha. Mais luxo impossível! Um beijo, meu querido. Mais uma vez, obrigadíssimo pela visita a este "blog". Beijos "quilométricos'.

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    2. "Mon cher ami"...o problema de digitar com a alma na ponta dos dedos e com pressa...noves fora as inevitáveis "inguinoranssas" rs...é que saem estapafurdices assim: sós (sic) estes rs; os esquecimentos de aspas, etc.Se não for demais, sempre que possível, corrija-me "d'accord?".Adoraria escrever de acordo com a Norma Culta da Língua. Pode corrigir, inclusive, no face do Marino rs, inbox . Ser-lhe-ei eternamente grato, pois aprender é o maior luxo que conheço.Fico contentíssimo de ter aquecido/afagado um cadinho seu ego, ao reconhecer sua rutilante inteligência além do enorme talento com as palavras bem-ditas e benditas. A nossa (nossa!!! ou nó!!!, no minerês rs) sincronia junguiana com relação `a divina Elizethíssima, deve ser por conta da nossa luz e do nosso esplendor rs (de sua parte eu garanto).Obrigado pela generosidade + beijos maracanânicos.

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    3. Queridíssimo, nossa "sincronia junguiana com relação à divina Elizethíssima" é alto inexplicável mesmo. Em relação à diva Koorax também. Querido, posso afirmar que você escreve muitíssimo bem,viu? Como você mesmo disse, é "com a alma na ponta dos dedos" que sua escrita é construída. É o que importa. Se houve algum deslize 'numa' ou 'noutra' palavra, não ligue. O importante é que a emoção não fique perdida, tonta no meio do texto. O fundamental é que ela, a emoção, parafraseando Paulo César Pinheiro, sobreviva. Posso assegurar-lhe que, nesta minha longa vida de prof. de nossa língua, a "última flor do Lácio", como diria Bilac, já tive contato com textos extremamente "bem escritos", mas sem a "alma na ponta dos dedos". Os seus, ao contrário, estão carregadinhos de emoção. Valeu! Um beijo imenso, querido. Obrigadíssimo pelas luxuosas visitas a este 'blog'.

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    4. Marcos, só corrigindo: "(...) é ALGO inexplicável mesmo (...)". Bjs.

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    5. Queridooooooooo...faltam-me palavras -transbordei de emoção!-, para agradecer sua imeeeeeeeeeensa generosidade.Ato contínuo, a alma continua insistindo em não descer para a ponta dos dedos rs.Mas fica o registro de que foi o melhor elogio que recebi, até hoje, posto que vindo de um elogiador capacíssimo e insuspeitíssimo e possuidor da profissão que mais respeito e admiro no planeta: o nobilíssimo ofício de ENSINAR.Gratidão eterna e beijos estalados!!!

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    6. Querido Marcos, são elogios muiiiiiito sinceros. Adoro seu jeito de escrever! Por que você não cria um "blog"? Beijo imenso.

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