FORTALEZA
(Chico Buarque - Ruy Guerra)
A minha tristeza não é feita de angústias
A minha tristeza não é feita de angústias
A minha surpresa
A minha surpresa é só feita de fatos
De sangue nos olhos e lama nos sapatos
Minha fortaleza
Minha fortaleza é de um silêncio infame
Bastando a si mesma, retendo o derrame
A minha represa
Bem, não sei onde essa imagem foi capturada, mas me fez lembrar a casa do "seu Zaninho", em frente à minha aí em Cachoeiro, morto já faz um tempo, casa em estado progressivo de abandono. Já me disseram que o nome da rua, Ernesto Miguel da Silva, é do pai dele, um morador antigo de lá, suponho. O progresso vem, as pessoas vão, as ruas não são mais as mesmas, mas as ruínas ficam. A memória se faz disso, desses pedaços de vida.
ResponderExcluirÉ em 'sua' rua mesmo, Mariana.
ResponderExcluirEm dezembro, ao fotografar a enchente de 'Kaxu', não resisti e fotografei essa casa. Adoro ruínas! Esquisito, não? Bjs,
Meu Deus, então não estou mais reconhecendo minha rua! Esta casa fica em frente à minha, quer dizer, ex-minha. Acho que titubeei porque me pareceu muita coincidência. Seu Zaninho ficava sempre na janela (do andar de cima), até que um dia morreu. Parece simples, mas talvez seja o enredo de uma vida.
ResponderExcluirSe gosto de ruínas? Acho que sim, mas ao mesmo tempo elas atestam a passagem irreversível do tempo, e assustam. É como se as antigas janelas virassem dois imensos olhos vazios. Bjs!
Pois é, Mariana, esses 'imensos olhos vazios' de que você fala talvez estejam muito próximos do 'mistério'. Beijos,
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