terça-feira, 3 de maio de 2011

O IMPACTO DA VOZ



Leny Eversong é dona de uma voz poderosíssima. Minha mãe foi a primeira pessoa a me falar muito bem dessa cantora. Raridades entre as raridades, seus discos são pouco conhecidos por aqui. Novamente, a história dos colecionadores: só eles (eu sou um) os têm, apesar de um deles, A voz poderosa de Leny Eversong, ter sido lançado pela Som Livre, gravadora bem conhecida. Leny cantou em vários cassinos da Europa e dos Estados Unidos e fez enorme sucesso, principalmente em fins da década de 50. Mais transgressão é impossível. E cantava perfeitamente em vários idiomas. No entanto, poucas pessoas sabem dessa cantora fenomenal. Ao ouvi-la, temos de aumentar bem o volume. Tudo vibra ao som de Leny Eversong. Tudo estremece ao som de Leny Eversong. Tudo vai além ao som de Leny Eversong. É magistral a voz de Leny Eversong. Não há quem não fique perplexo ao ouvi-la. Ouvir Jezebel, por exemplo, é ser arrastado por um furacão. Mas minha preferida é Granada, o clássico de Agustín Lara que ela gravou no idioma original, o espanhol: “Granada, tierra soñada por mí / mi cantar se vuelve gitano cuando es para tí / mi cantar hecho de fantasía / mi cantar flor de melancolía / que yo te vengo a dar / Granada / tierra ensangrentada / en tardes de toros (...)”. Muitos apostam na gravação de Leny como a melhor, entre as centenas que há, dessa canção. Entre esses “apostadores” de luxo, estão Cauby Peixoto e Jairo Severiano. A gravação dessa brasileira (é bom que se reafirme sua nacionalidade) é simplesmente genial. Claro que algumas pessoas torcem (e torcerão) o nariz para as canções de todas as pátrias gravadas por Leny. Não há problemas. Mário de Andrade e seu conceito de nacionalismo continuam mais atuais do que nunca: ouvir tudo o que existe de bom no mundo. Daí minha admiração por outras damas cujo canto também desconhece fronteiras: Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Mercedes Sosa, Yma Sumac, Dinah Washington, Sophie Tucker, Chabuca Granda, Libertad Lamarque, Amália Rodrigues e por aí vai. O canto de Leny Evergong é daqui, é do mundo, é eterno. Quero ver alguém ficar indiferente ao ouvi-la. Impossível! 


4 comentários:

  1. Mário Lanza, caro amigo foi a voz canora de Granada. De vez enquanto aparecem fenómenos que nos deliciam com o canto. A mais recente é Susan Boyle.
    Tenho saudade de perscrutar a sua inteligência e os seus conhecimentos.
    Quem sabe se um dia a gente se encontra em Portugal...
    Um grande abraço.
    José Manuel

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  2. Amigo José Manuel, Lanza é fantástico mesmo.
    E'Granada' é uma das mais belas canções de todos os tempos. E por falar em canções, sempre ouço Amália Rodrigues. Lembrando Buarque em 'Tempo e artista', essa dama da canção "apenas abre a voz, e o tempo canta".
    Obrigado pela visita ao 'blog'.
    Ah! Pretendo, sim, ir a Portugal. Se Deus quiser, até o fim do ano, irei. Entrarei em contato. Não vou perder a oportunidade de ter você como cicerone. Abração cheio de saudades, meu amigo. Fábio

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  3. Conheça agora. Sem problemas. Pois é, pouca gente, aqui no Brasil, sabe algo sobre Leny Eversong. Uma pena. Que cantora fantástica! Beijos, Fê, e obrigado pela visita ao 'blog'.

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